Mercadante: “Os brasileiros precisam parar de falar mal do Brasil”

Em evento, presidente do BNDES diz que indústria "tem de levantar a cabeça" e que o país "precisa de crédito mais barato"

Fábio Matos

Publicidade

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Alozio Mercadante (PT), afirmou nesta terça-feira (19), ao participar de um evento sobre descarbonização, em Brasília, que o país vive um bom momento na economia e tem condições de “liderar a transição” para a energia sustentável.

Mercadante disse, ainda, que “os brasileiros precisam parar de falar mal do Brasil”. As declarações do presidente do BNDES foram dadas na abertura do seminário “Descarbonização: os desafios para a mobilidade de baixo carbono no Brasil”, promovido pela Esfera Brasil – grupo que reúne empresários de diversos setores da economia brasileira – e o MBCB (Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil).

“Tivemos uma melhoria importante no ambiente macroeconômico. E os brasileiros precisam parar de falar mal do Brasil. Nós precisamos defender e valorizar o país, reconhecer as conquistas: inflação dentro da meta, taxa de juros caindo, risco soberano caiu… Temos um ambiente promissor para aproveitar essa janela de oportunidade e dar um salto histórico na economia e no nosso desenvolvimento”, afirmou Mercadante.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Retomada da indústria

Em seu discurso, o presidente do BNDES destacou o que chamou de retomada da indústria brasileira e fez elogios ao programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado pelo governo federal em janeiro deste ano para incentivar o setor. O NIB oferece subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais, além de incentivos tributários e fundos especiais para estimular a indústria nacional.

A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá por meio de financiamentos do BNDES, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES destinados à inovação serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

“Estamos assistindo a agora a uma recomposição da indústria automotiva. Todos esses investimentos, que estão acima de R$ 100 bilhões, não vieram do acaso. Foi a determinação de taxarmos o carro elétrico para estimularmos a nossa rota promissora, que é o carro híbrido. A economia mundial está mostrando que essa rota é muito mais promissora”, disse Mercadante.

Continua depois da publicidade

“A indústria tem de levantar a cabeça. Tem de dizer que quer o seu lugar na economia, que quer a sua prioridade, que quer a sua atenção. É o setor que mais gera emprego qualificado”, prosseguiu o presidente do BNDES.

Inovação

Aloizio Mercadante também destacou a liberação, pelo BNDES, de R$ 20 bilhões em crédito para investimentos em inovação no país pelos próximos quatro anos (R$ 5 bilhões por ano), com taxa de juros de 1,7% ao ano. “Vamos pisar no acelerador. Este país precisa de crédito, e crédito mais barato”, disse.

“Nós vimos o que vimos, um processo acelerado de desindustrialização do país. Não só pela capacidade da China de produzir a baixo custo e ocupar mercados em nível global, mas também os Estados Unidos com uma política de subsídio de compras públicas e protecionismo para recompor sua base industrial”, observou Mercadante.

Continua depois da publicidade

“Nós não temos a mesma margem de manobra. Nós precisamos ter uma nova relação entre Estado e economia, entre políticas públicas e investimento”, prosseguiu o chefe do BNDES.

Segundo Mercadante, o Brasil “tem todas as condições de liderar a transição para a economia verde e para a energia sustentável”. “Temos uma capacidade de produção industrial que segue sendo relevante, complexa, diversa”, concluiu.

Leia também:

Publicidade

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Além do InfoMoney, teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”.