Manutenção da Selic em 11,25% frustra comércio e trabalhadores

Decisão do Copom, de qualquer maneira, não foi surpreendente para a indústria, que espera retomada dos cortes

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Apesar de esperada, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, em manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 11,25% ao ano, frustou os representantes do comércio e dos trabalhadores. A indústria não se surpreendeu, mas afirmou que espera a retomada das reduções em 2008.

Na reunião anterior à de quarta-feira (5), a autoridade monetária havia posto fim a uma trajetória de 18 cortes consecutivos na taxa, que, em setembro de 2005, estava em 19,75%. Quando se optou pela manutenção, representantes da indústria e do comércio torceram para que aquela fosse apenas uma pausa isolada. Dessa forma, o novo congelamento foi mais um balde de água fria nas expectativas.

Comércio

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O presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Alencar Burti, se mostrou desanimado com a opção.

“A decisão atendeu às expectativas do mercado financeiro, mas decepcionou aos empresários, que esperavam por uma redução, mesmo pequena, da taxa básica, considerando o comportamento do índice de inflação, a esperada queda das taxas de juros nos países desenvolvidos e o impacto dos custos financeiros sobre a dívida pública”, afirmou. A esperança, agora, é que a situação se reverta.

Outra representante do comércio, a Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), manteve a linha de raciocínio. “A continuidade da queda da Selic é muito importante para aliviar o caixa do governo, que pode usar a folga em investimentos e para reduzir a dívida pública. Também por isso a decisão é incompreensível e injustificável”, conclui o presidente da entidade, Abram Szajman.

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Indústria

A Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo) não se surpreendeu com a decisão e afirmou que, com o crescimento constante da atividade econômica, inclusive na área da indústria da transformação, a atitude já era esperada. “Nem poderíamos imaginar uma posição diferente”, afirmou a entidade, por meio de nota.

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, compartilha da mesma posição, mas espera que o governo retome os cortes. “A maturação dos investimentos enseja a continuidade da trajetória de crescimento, sem gerar pressões inflacionárias.” Esse cenário, na avaliação de Monteiro Neto, permitirá a redução dos juros ainda no início do próximo ano.

Trabalhadores

Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, a decisão do Copom é “perversa” para a economia brasileira e não permite o desenvolvimento do emprego.

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“Ao conservar a taxa, o Copom continua colocando uma trava no desenvolvimento e crescimento econômico do País. A continuar com esta política de juros altos seremos em 2008 o patinho feio das economias emergentes do mundo”, finalizou.

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