Itamaraty lamenta morte de brasileiro no Líbano e reitera repúdio a ataques de Israel

Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores se solidarizou com a família de Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, natural de Foz do Iguaçu (PR). Ele e seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, morreram após ataque

Fábio Matos

Fumaça sobe no sul do Líbano, em meio às hostilidades transfronteiriças entre o Hezbollah e Israel 26/09/2024 (Foto: Karamallah Daher/Reuters)
Fumaça sobe no sul do Líbano, em meio às hostilidades transfronteiriças entre o Hezbollah e Israel 26/09/2024 (Foto: Karamallah Daher/Reuters)

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O governo brasileiro lamentou, nesta quinta-feira (26), a morte de um jovem brasileiro no Líbano, em meio aos ataques efetuados por Israel que tinham como principal alvo o grupo terrorista Hezbollah.

Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores se solidarizou com a família de Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, natural de Foz do Iguaçu (PR). Ele e seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos — que era libanês e tinha nacionalidade paraguaia — morreram vítimas de um ataque israelense sobre a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa.

O Itamaraty informou, ainda, que está prestando assistência aos familiares das vítimas.

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“Ao solidarizar-se com a família, o governo brasileiro reitera sua condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”, diz a nota do Itamaraty.

O adolescente brasileiro havia se mudado para o Líbano com o pai e dois irmãos. O bombardeio israelense se intensificou na última segunda-feira (23).

Desde o início do conflito entre Israel e o Hezbollah, é a primeira morte de brasileiros no Líbano.

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Na quarta-feira (25), em entrevista coletiva em Nova York (EUA), presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a subir o tom contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, de Israel, e criticou as ações militares do país na Faixa de Gaza e os ataques desta semana no Líbano.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza é uma coisa que não tem precedentes. Por mais que a ONU tenha discutido e tomado decisões, não há cumprimento de nenhuma decisão na ONU. A mesma coisa vale para a guerra da Ucrânia e da Rússia, que é uma guerra que nem precisaria ter começado”, afirmou Lula.

“Já foram várias tentativas de paz e cessar-fogo aprovadas, mas ele simplesmente não cumpre. É preciso um esforço maior para fazer com que esse genocídio pare”, defendeu o presidente brasileiro.

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“Eu condeno, de forma veemente, esse comportamento do governo de Israel. Tenho certeza de que a maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio.”

Leia a íntegra da nota do Itamaraty:

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, da morte, no Vale do Bekaa, Líbano, do adolescente brasileiro Ali Kamal Abdallah, de 15 anos de idade, natural de Foz do Iguaçu.

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O menor e seu pai, de nacionalidade paraguaia, foram atingidos por explosão como resultado dos intensos bombardeios aéreos israelenses na região, na segunda-feira.

A Embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência aos familiares do menor. O pai do adolescente também faleceu como resultado da explosão.

Ao solidarizar-se com a família, o governo brasileiro reitera sua condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades.”

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”