Um dia depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter recebido o apoio de vários governadores eleitos em 2 de outubro – principalmente do Norte e do Nordeste do país –, Jair Bolsonaro (PL) também se reuniu com governadores e deputados federais vitoriosos na eleição.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) – o deputado mais votado de Alagoas, com quase 200 mil votos – participou do encontro no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Compareceram ao ato os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso; Antônio Denarium (PP), de Roraima; Gladson Cameli (PP), do Acre; Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas; e Coronel Marcos Rocha (União Brasil), de Rondônia. Todos eles apoiam a reeleição de Bolsonaro.
Em seu pronunciamento, o presidente da República afirmou que a próxima legislatura terá uma produtividade maior do que a atual e um maior alinhamento com propostas de interesse do Planalto. Segundo Bolsonaro, o novo Congresso “terá muito mais chance de aprovar as coisas com mais facilidade e mais agilidade”.
Analistas políticos concordam que o trânsito de Bolsonaro com o Congresso no caso de uma eventual reeleição seria maior do que o candidato Lula teria se fosse eleito — até porque a bancada do PL, partido do presidente, será a maior tanto no Senado quanto na Câmara —, mas o custo disso seria o menor poder do chefe do Executivo: o uso do Orçamento continuaria sendo definido pelos presidentes das duas Casas.
O candidato à reeleição também defendeu a aprovação de um projeto que regulamenta atividades econômicas em terras indígenas, como mineração e agricultura.
Bolsonaro pediu empenho dos parlamentares e governadores para que ele saia vitorioso no segundo turno das eleições. “Temos uma guerra marcada para o dia 30. Temos que conversar com o pessoal do chão de fábrica, com as pessoas mais humildes”, disse.
Ainda sobre o embate com Lula, o presidente afirmou: “Se for para trocar o piloto agora, o avião tem tudo para cair”.
Pedido de desculpas
Durante sua fala aos governadores e deputados, Jair Bolsonaro reconheceu que cometeu deslizes durante a pandemia de Covid-19, sobretudo com declarações que geraram muita controvérsia e duras críticas da oposição.
“Com todo o respeito ao Legislativo, quem decide na ponta da linha, muitas vezes sozinho, é o chefe do Executivo. É o prefeito, é o governador, é o presidente. E as decisões não foram fáceis”, afirmou.
“Eu trago comigo um ensinamento militar: ‘Pior do que uma decisão mal tomada é uma indecisão’. Nós nunca nos omitimos, mesmo com o desgaste. Falei demais muitas vezes, ofendi algumas pessoas de forma não intencional, me desculpem, mas é o calor de uma luta da vida contra a morte”, completou Bolsonaro.
Ministros do atual governo e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também participaram do encontro no Alvorada.