‘Demitir Lupi é demitir o partido’, diz líder do PDT sobre permanência de ministro

Ministro enfrenta desgaste no ministério diante da investigação da PF que revelou esquema de descontos ilegais no INSS

Estadão Conteúdo

Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência Social (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência Social (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), afirmou que caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decida tirar o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, de seu governo, estará não somente demitindo o ministro, como também o próprio partido de Lupi.

“Na minha opinião, se Lupi for demitido, eu acho que ele (Lula) demite o partido. Acho que o partido não tem que colocar substituto de maneira alguma”, disse Heringer em entrevista ao Poder360.

O ministro, que foi presidente nacional da sigla durante anos, enfrenta desgaste no Ministério diante da investigação da Polícia Federal (PF) que revelou esquema de descontos ilegais bilionários em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, entre 2016 e 2024. Lupi não está sendo formalmente investigado pela PF.

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Na entrevista, Heringer também defendeu que o PDT não faça uma nova indicação para o ministério caso o correligionário seja mesmo demitido, e afirmou que a pasta “só dá problema”, sendo muito visada pelo alto volume orçamentário. “Não há possibilidade de a gente fingir que o nosso companheiro não foi atingido”, disse o deputado, afirmando ter “certeza absoluta” que o partido não tem nenhuma responsabilidade sobre o crime.

Na última quarta-feira, 23, a operação resultou no afastamento de Alessandro Stefanutto da presidência do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Onze entidades são suspeitas de desconto irregular em benefícios entre 2019 e 2024.

Neste domingo, 27, Lupi negou ao Estadão/Broadcast que tenha se omitido ao receber alertas de fraudes no INSS desde 12 de junho de 2023, e que determinou uma apuração sobre o tema, concluída em 6 de setembro de 2024. “Não me omiti, procurei agir”, declarou Lupi à reportagem.