Quem é Alessandro Stefanutto, presidente demitido do INSS após operação da PF

Servidor de carreira há 25 anos, Stefanutto foi afastado do cargo em meio a investigação sobre descontos irregulares em aposentadorias e pensões

Paulo Barros

Alessandro Stefanutto (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Alessandro Stefanutto (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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Alessandro Stefanutto, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi demitido do cargo nesta quarta-feira (23) após a Polícia Federal deflagrar uma operação contra fraudes bilionárias em benefícios previdenciários. A medida atinge outros cinco servidores públicos e ocorre no contexto da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.

Servidor de carreira, Stefanutto está no INSS há 25 anos. Ele foi nomeado presidente da autarquia em julho de 2023, após passagem como diretor de Orçamento, Finanças e Logística. A indicação foi feita pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que à época elogiou seu perfil técnico e sua conduta ética.

Antes da presidência, Stefanutto foi Procurador-Geral do INSS entre 2011 e 2017, liderando a defesa judicial da Previdência Social. Também comandou, de 2006 a 2009, a Coordenação Geral de Administração das Procuradorias da instituição, além de ter atuado no Tribunal de Justiça de São Paulo, na Receita Federal e na Consultoria Jurídica do Ministério da Ciência e Tecnologia.

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Natural de São Paulo, Stefanutto é formado em Direito pela Universidade Mackenzie, com pós-graduação em Gestão de Projetos e especializações em Mediação e Arbitragem pela FGV. Possui dois mestrados: um em Gestão e Sistemas de Seguridade Social pela Universidade de Alcalá, na Espanha (2013), e outro em Direito Internacional pela Universidade de Lisboa, concluído em 2024.

Autor de um livro sobre direitos humanos das mulheres, Stefanutto também tem histórico na área acadêmica e já atuou como autor e coordenador de publicações jurídicas.

A PF não detalhou o envolvimento direto de Stefanutto no esquema. Também foram afastados o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, e outros três servidores da autarquia, além de um agente da PF. Segundo as investigações, entidades representativas de aposentados e pensionistas aplicavam mensalidades associativas indevidas, gerando descontos irregulares que totalizaram R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)