Câmara cassa mandatos de 7 deputados após mudança nas regras das sobras eleitorais

Mudança determinada pelo STF altera composição da Câmara a partir das eleições de 2022

Marina Verenicz

Ativos mencionados na matéria

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A Câmara dos Deputados declarou a perda do mandato de sete parlamentares eleitos em 2022, após mudança na interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a distribuição das chamadas sobras eleitorais — vagas não preenchidas na primeira etapa do cálculo proporcional das eleições legislativas.

A decisão afeta deputados do Distrito Federal, Amapá, Tocantins e Rondônia, e ocorre após a Corte decidir, por 6 votos a 5, que a nova regra vale retroativamente para as eleições de 2022.

Foram cassados os mandatos de:

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No lugar deles, devem tomar posse:

Todos os novos deputados participaram das eleições de 2022, mas ficaram de fora da Câmara sob as regras anteriores.

Entenda a mudança

A alteração ocorre após o STF invalidar, em 2024, a regra estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2021, que impunha dois critérios para que partidos e candidatos tivessem acesso às sobras eleitorais:

  1. O partido deveria alcançar pelo menos 80% do quociente eleitoral.
  2. O candidato deveria ter, individualmente, pelo menos 20% do quociente eleitoral.

Com a decisão do STF, todos os partidos passam a disputar as sobras eleitorais, mesmo aqueles que não atingiram as porcentagens mínimas estabelecidas anteriormente. Em março de 2025, o Supremo decidiu que a nova regra vale retroativamente para o pleito de 2022, o que resultou em recontagens e mudanças nos eleitos.

As sobras eleitorais são um mecanismo previsto na legislação brasileira para preencher as cadeiras remanescentes após a aplicação do quociente eleitoral — cálculo que determina quantas vagas cada partido recebe com base no número de votos válidos.

Impacto político

A decisão do STF tem gerado tensão entre parlamentares, especialmente aqueles diretamente afetados pela cassação, que alegam insegurança jurídica e mudança de regra após o jogo já ter sido disputado. A medida também reacende o debate sobre reforma política e a segurança do processo eleitoral.

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Apesar das contestações, a Mesa Diretora da Câmara seguiu o entendimento do Supremo e convocou os novos suplentes. A troca de cadeiras pode impactar as comissões temáticas e a correlação de forças partidárias, especialmente em estados com bancadas pequenas, como Amapá e Rondônia.