Bolsonaro diz que está ‘totalmente empenhado em proteger’ os brasileiros na Ucrânia, mas não comenta invasão russa

Presidente se limitou a copiar o serviço de uma nota do Itamaraty com orientações para quem está na região

Anderson Figo

O presidente da República, Jair Bolsonaro (crédito: Marcos Corrêa/PR/Fotos Públicas)

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou o Twitter para se pronunciar pela primeira vez sobre o conflito no leste europeu, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, na madrugada desta quinta-feira (24).

Diferentemente de outros líderes, como John Biden (EUA), Boris Johnson (Reino Unido) e Emmanuel Macron (França), que condenaram o ataque russo ao país vizinho e declararam apoio à Ucrânia, Bolsonaro se restringiu a dizer que está “totalmente empenhado em proteger” os brasileiros na região.

“Estou totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia. Nossa Embaixada em Kiev permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem na Ucrânia e todos os demais que estejam por lá temporariamente”, escreveu no microblog.

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Em seguida, fez outros tuítes copiando o conteúdo de uma nota que o Itamaraty soltou pela manhã com orientações para os cidadãos brasileiros que moram ou estão na Ucrânia.

“Solicita-se aos cidadãos brasileiros em território ucraniano, em particular aos que se encontrem no leste do país e em outras regiões em conflito, que mantenham contato diário com o governo brasileiro por meio de nossa Embaixada”, continuou.

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O presidente ainda repassou o serviço que o Itamaraty já tinha prestado mais cedo, com o endereço do site da embaixada (kiev.itamaraty.gov.br), sua página no Facebook (https://www.facebook.com/Brasil.Ukraine) e do grupo do aplicativo Telegram (https://t.me/s/embaixadabrasilkiev).

Ele também citou que o Itamaraty disponibiliza, ainda, para casos de emergência consular de brasileiros na Ucrânia e seus familiares, o número de telefone de plantão consular +55 61 98260-0610.

Na sequência do tuíte sobre os brasileiros na Ucrânia, o presidente publicou no microblog um vídeo mostrando sua passagem por São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, onde esteve pela manhã. O vídeo mostra centenas de apoiadores acompanhando Bolsonaro, a maioria sem máscara.

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Bolsonaro discursou por cerca de 20 minutos na cerimônia de inauguração da Travessia Urbana da cidade, mas não fez nenhuma menção à invasão da Ucrânia pela Rússia. Foi o primeiro evento público do presidente desde que a Rússia fez ataques ao país vizinho.

Mourão e Itamaraty

O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu o uso da força para conter a invasão russa da Ucrânia e afirmou que o Brasil já se colocou contra o ataque ao defender, na Organização das Nações Unidas, os princípios de não intervenção e soberania das nações.

“Brasil não está neutro. O Brasil deixou claro que respeita a soberania da Ucrânia, então Brasil não concorda com uma invasão”, disse Mourão.

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O vice-presidente fez um paralelo entre presidente russo, Vladimir Putin, e o ditador da Alemanha nazista Adolf Hitler e afirmou que a comunidade internacional age como em 1938, com tentativas de apaziguamento. “Putin não respeita apaziguamento”, disse.

O Itamaraty divulgou uma nota em que diz que “o governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.”

“O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”, completa a nota do ministério de Relações Exteriores.

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Lula, Moro, Tebet, Doria

Outros pré-candidatos à Presidência em 2022 se pronunciaram sobre o conflito no leste europeu. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia e afirmou que falta representatividade hoje às Nações Unidas para evitar conflitos como esse.

“É lamentável que, na segunda década do século 21, a gente tenha países tentando resolver suas divergências, sejam territoriais, políticas ou comerciais, através de bombas, de tiros, de ataques, quando deveria ter sido resolvido numa mesa de negociação” afirmou em uma entrevista a duas rádios do entorno do Distrito Federal.

No Twitter, o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato à Presidência pelo Podemos, afirmou que “a paz sempre deve prevalecer”. “Repudio à guerra e à violação da soberania da Ucrânia”, escreveu.

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O pré-candidato do PSDB à Presidência João Doria também usou o Twitter para se expressar sobre o conflito: “Condenável a invasão da Ucrânia pela Rússia. Guerra nunca é resposta a nada. Ninguém ganha quando a violência substitui o diálogo. Muitos acabam pagando pelas decisões de poucos. O que está em jogo são milhões de vidas humanas. Mais do que nunca o mundo precisa de paz.”

A pré-candidata à Presidência pelo MDB Simone Tebet também disse que o mundo precisa de paz. “O mundo precisa ainda mais de paz neste momento de pandemia. Os impactos do conflito na Ucrânia já são sentidos em todos os países. A reação negativa das bolsas de valores e alta no preço do petróleo vão gerar recessão, mais inflação e mais fome no Brasil”, escreveu no Twitter.

“O Itamaraty precisa prestar assistência imediata aos brasileiros, garantir sua segurança e tirá-los da área de conflito. E o governo federal precisa deixar claro que nosso respeito é à soberania e aos princípios de não intervenção territorial e que estaremos lutando por uma solução de paz, através do diálogo e da diplomacia”, completou.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.