Alckmin defende permanência de Prates na Petrobras: “É uma pessoa da área”

Em entrevista a emissora de rádio, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o comando da Petrobras "é um cargo de confiança do presidente da República"

Equipe InfoMoney

Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil

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Em meio à crise envolvendo a não distribuição de dividendos extraordinários pela Petrobras, mais uma liderança do governo federal saiu em defesa do presidente da companhia, Jean Paul Prates, que começou a ser alvo de “fogo amigo” no Planalto.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu, na terça-feira (12), a permanência de Prates no comando da Petrobras, destacando a trajetória do ex-senador no setor de óleo e gás.

“A presidência da Petrobras é um cargo de confiança do presidente da República. Na minha opinião, ele deve continuar. É uma pessoa da área e tem todas as condições de fazer”, afirmou Alckmin, em entrevista à Rádio Itatiaia.

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Prates já havia sido defendido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, em entrevista à GloboNews. Na ocasião, Costa disse que o governo está satisfeito com a condução da Petrobras pela atual gestão e que uma eventual troca de comando jamais foi cogitada.

Questionado se a saída da Prates da presidência da Petrobras estava descartada, Rui Costa respondeu: “Isso não está na pauta. Então, não está descartada porque nunca veio à mesa. Não foi discutido”.

“A empresa teve o segundo maior lucro da história. E só não é o maior porque o primeiro foi vendendo ativos. Pagou o segundo maior dividendo de sua história. E essa empresa está em crise? Se essa empresa está em crise, acho que todas as empresas brasileiras queriam estar assim”, ironizou o chefe da Casa Civil.

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Dividendos da Petrobras

Segundo comunicado divulgado pela Petrobras na quinta-feira (7), foi feita uma proposta pelo conselho de distribuição de dividendos ordinários de R$ 14,2 bilhões, sem pagamento extra. Enquanto isso, a proposta é a de que um valor de R$ 43,9 bilhões seja destinado para uma reserva estatutária.

Logo na sequência, a companhia divulgou seus resultados do quarto trimestre do ano passado, com um lucro de cerca de R$ 31 bilhões, queda anual de 28% e abaixo das projeções. Entretanto, o resultado em si foi totalmente ofuscado pelo noticiário sobre a distribuição dos proventos.

A Petrobras apontou que a distribuição proposta está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas, aprovada em 28 de julho de 2023, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões), a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre.

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Complexo industrial em Minas

Na entrevista à Itatiaia, Alckmin também falou sobre a inauguração do Complexo Mineroindustrial da Eurochem, no Triângulo Mineiro, que tem cerimônia programada esta quarta-feira (13) com a presença do ministro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo Alckmin, a previsão é que o complexo forneça 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano para a agricultura brasileira, contribuindo com a diminuição da dependência das importações do produto em 15%. “Nós importamos atualmente 75% de fosfatados para fertilizantes”, disse o vice-presidente.

Alckmin ainda destacou outros projetos para reduzir a dependência da importação de fertilizantes. Segundo ele, há uma mina de potássio em Autazes, no Amazonas, que deve ter a licença liberada nas próximas semanas. No caso dos nitrogenados, citando a Petrobras, Alckmin mencionou estudos para retomada de atividades no polo de Camaçari (BA) e em Laranjeiras (SE).

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(Com Estadão Conteúdo)