Taxas de títulos públicos têm queda em dia de divulgação do IPCA e de ata do Copom

Inflação oficial brasileira atingiu 0,31% em abril e ficou em linha com o esperado pelo mercado financeiro

Mariana Zonta d'Ávila

Dinheiro na carteira (Brenda Beth/Getty Images)

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SÃO PAULO – Em um dia marcado pela divulgação de dados de inflação e da ata referente à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no Brasil, e de maior aversão a risco no exterior, os títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam queda na tarde desta terça-feira (11).

O Tesouro Prefixado com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 8,69%, ante 8,70% na tarde de segunda-feira (10). Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2024 cedia de 8,20% para 8,12% ao ano.

Entre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+2035 oferecia um prêmio anual de 4,17% nesta tarde, ante 4,20% a.a. ontem, enquanto a taxa do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030 recuava de 4,00% para 3,95% ao ano.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (11):

Fonte: Tesouro Direto

IPCA de abril, ata do Copom e cena política

Na agenda desta terça-feira, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 0,31% em abril na comparação com março. O dado ficou em linha com o esperado pelo consenso Refinitiv, que apontava para alta de 0,30%.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento foi pressionado pelo aumento dos preços de produtos farmacêuticos. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 6,76% em 12 meses.

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Atenção ainda para a ata da última reunião do Copom, que decidiu pela elevação de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, para 3,50% ao ano, e sinalizou para um novo aumento de mesma magnitude em junho, “caso não haja mudança nos condicionantes de inflação”.

Segundo os membros do Copom, aumentar a taxa Selic, sem interrupção, até o nível considerado neutro implica projeções “consideravelmente abaixo da meta de inflação no horizonte relevante”.

Na reunião, os membros do Copom apontaram que a expressão “normalização parcial”, que tem sido adotada para definir o ciclo atual de alta dos juros, reflete as opiniões do colegiado sobre a política monetária adequada à convergência da inflação para a meta.

No noticiário político, o Tribunal de Contas da União (TCU), a pedido do Ministério Público, anunciou que vai investigar indícios de que o governo Jair Bolsonaro criou um “orçamento paralelo” de R$ 3 bilhões. O suposto esquema foi revelado por reportagem publicada no domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A suposta liberação irregular de verbas teria ocorrido por meio das “emendas de relator”, que distribuiu R$ 20 bilhões em 2020, reduzindo a transparência das operações.

Segundo o jornal, enquanto contemplava aliados na Câmara e no Senado com os recursos, o governo monitorava a fidelidade dos parlamentares na votação de projetos de seu interesse.

Ainda no radar, foi retomada hoje a CPI da Covid no Senado, com as declarações do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. Segundo ele, houve uma reunião no Palácio do Planalto, em 2020, para discutir a mudança na bula da cloroquina.

A partir de quarta, o enfoque dos senadores deve ser questionar por que o governo Bolsonaro não aceitou 70 milhões de doses de imunizantes oferecidas em agosto de 2020 pela Pfizer, que poderiam ter adiantado a vacinação e reduzido o patamar de mortes.

Inflação nos EUA

Na cena externa, o sentimento foi de maior aversão ao risco em meio a temores de alta da inflação nos Estados Unidos, que voltam ao radar à medida que se aproxima a divulgação dos dados do índice de preços do país, a serem revelados amanhã.

O Federal Reserve (o banco central americano) vem sinalizando que não pretende apertar sua política monetária enquanto não houver sinais mais claros de recuperação do emprego, mas há temores sobre o impacto de um período de alta dos preços sobre a economia.

Leia mais:
Mark Mobius diz que ameaça da inflação não desaparecerá tão cedo

Pesquisa realizada pelo Centro de Dados Microeconômicos do Federal Reserve mostra que a mediana das expectativas de inflação para daqui um ano nos EUA aumentou de 3,2%, em março, para 3,4%, em abril, no nível mais alto desde setembro de 2013.