Títulos públicos do Tesouro Direto operam próximos da estabilidade em dia de IPCA

Inflação subiu 0,83% em maio ante abril, acima do esperado pelo mercado e a maior taxa para o mês desde 1996

Mariana Zonta d'Ávila

(AndreyPopov/Getty Images)

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SÃO PAULO – Seguindo o movimento visto na sessão anterior, os títulos públicos negociados no Tesouro Direto operavam próximos da estabilidade na tarde desta quarta-feira (9), em dia de divulgação de dados de inflação acima do esperado no mês de maio.

O título com retorno prefixado e vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 8,34%, ante 8,33% na tarde de terça-feira (8). Da mesma forma, o Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031 oferecia um prêmio de 8,97% ao ano – o mesmo pago anteriormente.

Entre os títulos indexados à inflação, o prêmio do Tesouro IPCA+2035 era de 4,04% nesta tarde, contra 4,05% no pregão anterior, enquanto a taxa do papel para 2030 era de 3,76%, sem alterações em relação ao último pregão.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quarta-feira (9):

Fonte: Tesouro Direto

IPCA, auxílio e CPI

Na agenda doméstica do dia, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83% em maio de 2021 na comparação com abril, na maior taxa para o mês desde 1996, quando atingiu 1,22%.

O dado veio acima do esperado pelos economistas consultados pela Refinitiv, de alta de 0,71% na comparação mensal. No ano, a inflação acumula alta de 3,22% e, em 12 meses, de 8,06%.⠀

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No âmbito político, o ministro da Economia Paulo Guedes disse ontem que o governo deve estender a rodada de pagamentos do auxílio emergencial aos mais vulneráveis por mais “dois ou três meses”, com a expectativa de ganhar tempo para o avanço da vacinação contra a Covid-19.

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Segundo Guedes, o custo mensal do auxílio é de R$ 9 bilhões e o governo já tem R$ 7 bilhões em recursos que sobraram do orçamento aprovado para as primeiras quatro parcelas do auxílio já anunciadas.

O dinheiro restante – R$ 11 bilhões, se houver uma renovação por mais dois meses – virá de um crédito extraordinário a ser solicitado ao Congresso.

No noticiário de coronavírus, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ontem à CPI da Pandemia desconhecer a atuação de um grupo alternativo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro para o combate à pandemia de Covid-19, o chamado gabinete paralelo.

Mais incisivo do que em seu primeiro depoimento à CPI, Queiroga afirmou que não há evidências comprovadas da eficácia de medicamentos como a cloroquina no tratamento da Covid e defendeu, reiteradas vezes, que a solução para a pandemia passará pela vacinação.

Hoje, a CPI da Covid ouve o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Antônio Élcio Franco. Ele foi o “número dois” da pasta durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.

Quadro externo

No ambiente internacional, investidores seguiram à espera dos dados de preços ao consumidor nos Estados Unidos (o chamado CPI), a serem divulgados amanhã (10).

Os mercados monitoram o indicador com atenção, dado que novas altas no índice de preços podem pressionar o Federal Reserve (o banco central americano) a mudar sua política monetária e reduzir os estímulos.

Também no exterior, o Banco Mundial elevou sua previsão de crescimento para a economia global em 2021, dos 4% previstos em janeiro, para 5,6%. Mesmo assim, a produção global deverá ser, no final do ano, 2% menor do que o projetado antes do início da pandemia para o período, segundo a instituição.

Na China, o índice de preços ao produtor subiu 9% em maio na comparação com um ano antes, frente à expectativa de analistas ouvidos pela Reuters, de alta de 8,5%.

Essa foi a maior alta anual dos preços ao produtor em maio em mais de 12 anos devido à alta dos preços de commodities, destacando pressões inflacionárias globais no momento em que as autoridades estão tentando revitalizar o crescimento após o impacto da Covid-19.

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