Títulos do Tesouro Direto viram para alta na tarde desta terça-feira

Investidores monitoraram Orçamento de 2021 e início do novo auxílio emergencial, no Brasil, enquanto aguardam aprovação do pacote de infraestrutura nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

Notas de reais (Sidney de Almeida/Getty Images)

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SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta terça-feira (6), com os investidores repercutindo o debate acerca do orçamento doméstico e a nova rodada do auxílio emergencial.

O papel indexado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com vencimento em 2026 pagava um prêmio anual de 3,70%, ante 3,62% na tarde de ontem. Da mesma forma, o Tesouro IPCA+2035 oferecia uma taxa anual de 4,11%, ante 4,06% anteriormente.

Entre os papéis com retornos prefixados, o título com vencimento em 2024 pagava um prêmio anual de 8,21% nesta tarde, ante 8,14% na segunda-feira (5). Já o título com prazo em 2026 oferecia um prêmio anual de 8,80%, contra 8,72% na última sessão.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (6):

Fonte: Tesouro Direto

Orçamento 2021 e auxílio emergencial

No ambiente doméstico, o Orçamento de 2021 seguiu como principal assunto, com os investidores acompanhando o desenvolvimento de um acordo entre o Congresso e o governo.

Ontem, durante evento promovido pela XP e pelo InfoMoney, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o acordo sobre o Orçamento caminha para veto parcial do presidente Jair Bolsonaro.

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Segundo ele, há um consenso entre os atores políticos de que os acordos têm que caber nos orçamentos públicos, acomodando exigências jurídicas e demandas políticas. Para o ministro, os problemas decorrem mais da complexidade das discussões e da multiplicidade de atores envolvidos. Leia mais aqui.

Segundo o jornal Valor Econômico, líderes do Centrão aguardam parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a peça do Orçamento aprovado pelo Congresso para decidir qual caminho tomar.

De acordo com o jornal, o bloco político que faz parte da base do presidente Bolsonaro ainda não tem um acordo com Guedes sobre o Orçamento.

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Apesar de ter sido aprovado pelo Congresso, o Orçamento não destina recursos suficientes para despesas obrigatórias, e ampliou os gastos com defesa, forças de segurança e emendas parlamentares destinadas a obras nos redutos eleitorais de congressistas.

Caso permaneça como está, haveria risco de paralisação da máquina pública, por isso o Orçamento vem sendo chamado de “fictício”, é alvo do TCU e passa por novas negociações.

Na agenda econômica, a Caixa Econômica Federal começa a pagar nesta terça a primeira parcela do auxílio emergencial de 2021. O programa vai liberar o equivalente a 15% da assistência de 2020, isto é, cerca de R$ 44 bilhões, segundo o Orçamento aprovado pelo Congresso.

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Os primeiros a receberem, já nesta terça, são trabalhadores nascidos em janeiro e que não fazem parte do Bolsa Família. Para aqueles que fazem parte do Bolsa Família, os pagamentos se iniciam em 16 de abril.

Destaques internacionais

Na cena global, os investidores estiveram atentos ao noticiário sobre o pacote de investimentos em infraestrutura de US$ 2,2 trilhões defendido pelo presidente americano Joe Biden e a sua perspectiva de aprovação. Biden propõe a elevação do imposto corporativo a 28% para financiar o projeto. Ontem, o presidente democrata afirmou que não teme que a elevação afete a economia.

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Na China, o Índice do Gerente de Compras (PMI) Caixin/Markit do setor de serviços mostrou crescimento em março, registrando 54,3 pontos, frente aos 51,5 pontos de fevereiro. As empresas informaram o mais forte aumento na atividade e nas vendas totais em três meses.

Os mercados também repercutiram a divulgação de dados da zona do euro. Em abril, o índice de Confiança do Investidor Sentix marcou 13,1 pontos, acima da projeção de 7,5 pontos e do patamar anterior, de 5 pontos.

Já a taxa de desemprego da zona do euro marcou 8,3% em fevereiro, segundo a agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado veio pior do que a projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que estimavam taxa de 8,1%.