Tesouro Direto: taxas de títulos públicos têm alta no primeiro dia de reunião do Copom

Investidores monitoraram noticiário político sobre reformas e ritmo de vacinação no Brasil, bem como reduções das medidas de isolamento nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta terça-feira (4), primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decide amanhã o rumo da taxa básica de juros no país.

A expectativa majoritária no mercado é de aumento de 0,75 ponto percentual, em linha com o movimento de março, o que levaria a Selic para 3,50% ao ano.

No Tesouro Direto, o papel indexado à inflação com juros semestrais e vencimento em 2040 pagava um prêmio anual de 4,29% nesta tarde, ante 4,27% ao ano na segunda-feira (3). Da mesma forma, a taxa paga pelo Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030 tinha leve alta de 4,00% para 4,02% ao ano.

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Entre os papéis com retorno prefixado, o título com prazo em 2026 pagava uma taxa de 8,60%, contra 8,46% anteriormente. Já o juro real pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031 subia de 9,15% para 9,26% ao ano.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (4):

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Fonte: Tesouro Direto

Cena política

No ambiente doméstico, os investidores monitoraram o noticiário político referente ao avanço das reformas, e acompanharam a temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre de 2021.

Hoje, é esperado que o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), leia seu parecer sobre as mudanças no sistema tributário do país.

Ele deve apresentar um relatório completo da reforma, apesar de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicar que deve fatiar a reforma para avançar com sua aprovação.

A reforma tributária é apontada por economistas como uma medida fundamental para a retomada da economia do país e para a atração de investimento no pós-pandemia.

Além disso, houve o depoimento nesta terça do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta na CPI da Covid, em que afirmou haver um constrangimento durante sua gestão à frente da pasta de ter de explicar que o presidente Jair Bolsonaro não seguia as recomendações feitas pelo ministério para conter a Covid-19.

Também no radar do mercado, o Ministério da Saúde começou ontem (3) a enviar aos estados 500 mil doses da vacina contra a Covid produzida pela parceria entre as farmacêuticas BioNTech e Pfizer.

A pasta decidiu recomendar aos gestores de saúde em estados e municípios um intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda doses da vacina. O prazo, contudo, é superior ao período de 21 dias recomendado pela Pfizer na bula do imunizante, com base nos testes de segurança e eficácia da vacina.

Na agenda de indicadores, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 4,78% em março na comparação com o mês anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado representa o segundo maior avanço da série histórica, iniciada em 2014. Em 12 meses, a inflação é de 33,52%, também um recorde.

Por fim, entre os destaques corporativos, o Itaú Unibanco (ITUB4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 63,5% sobre o apurado no mesmo período de 2020.

Quadro internacional

Na cena externa, os mercados acompanharam nesta terça-feira o desenrolar da pandemia ao redor do mundo.

Nos Estados Unidos, governadores caminham para o relaxamento das medidas restritivas conforme a vacinação avança. O governador Andrew Cuomo, de Nova York, anunciou ontem que a maior parte das restrições de ocupação serão retiradas nas cidades de Nova York, Nova Jersey e Connecticut. O serviço 24h de metrô deverá ser retomado neste mês.

No estado da Flórida, o governador Ron DeSantis assinou uma ordem executiva que suspende as restrições de saúde restantes no estado americano.

Já na Ásia, os investidores continuaram a monitorar o recrudescimento da pandemia na Índia, que mantém um forte ritmo de contaminações, acima de 350 mil por dia. Ontem, a Organização Mundial de Saúde alertou que um a cada três novos casos registrados no mundo vem da Índia.