Tesouro Direto: títulos públicos operam sem direção definida em dia de decisão do Copom

Investidores esperam por um aumento de 0,75% na taxa Selic, para 3,50% ao ano

Lucas Bombana

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Os títulos públicos do Tesouro Direto operavam sem direção definida nesta quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide os rumos para a taxa básica de juros.

Sem espaço para muitas surpresas, a expectativa do mercado é de nova elevação de 0,75 ponto percentual da taxa Selic hoje, de 2,75% para 3,50% ao ano.

É o que mostra levantamento feito pela equipe de fundos da XP com 36 gestores de estratégia multimercado macro da plataforma ao longo de sexta-feira (30) e segunda-feira (3).

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No Tesouro Direto, o papel indexado à inflação Tesouro IPCA+ 2035 avançava de 4,15% para 4,19% ao ano. Da mesma forma, o título Tesouro IPCA+ 2026 pagava um prêmio anual de 3,50% nesta tarde, ante 3,48% na tarde de ontem.

Entre os papéis com retorno prefixado, o prêmio do título com prazo em 2026 era de 8,57%, contra 8,60% anteriormente, enquanto a taxa do Tesouro Prefixado com juros semestrais e vencimento em 2031 cedia de 9,26% para 9,21% ao ano.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quarta-feira (5):

Fonte: Tesouro Direto

Selic e produção industrial no radar

No último encontro do Copom, em março, a decisão do colegiado de aumentar os juros básicos em 0,75 ponto surpreendeu a maior parcela dos gestores, que projetavam uma alta de 0,50 ponto da Selic.

Desde então, a projeção mediana dos consultados pela equipe da XP para a taxa Selic ao fim de 2021 aumentou em maio, de 5,00% para 5,50%, com previsões que oscilam de 4,50% a 6,50%.

Na agenda de indicadores, a produção industrial caiu 2,4% em março em relação ao mês anterior e intensificou a perda de 1,0% que havia sido registrada em fevereiro, quando houve a interrupção de nove meses de resultados positivos, segundo informações da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, a indústria acumula no ano crescimento de 4,4% e, nos últimos 12 meses, queda de 3,1%.

Destaque ainda para a abertura na terça-feira pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, da fase de oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado Federal, que investiga ações e omissões do governo federal no enfrentamento à Covid-19 e o uso de verbas federais na crise sanitária.

Dentre os principais pontos abordados no depoimento, que durou mais de sete horas, o ex-ministro fez avaliações sobre o comportamento adotado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia, apresentou detalhes sobre sua relação com o mandatário e com outros membros do governo, defendeu o respeito à ciência e avaliou condutas adotadas no enfrentamento da crise.

Em suas palavras, o comportamento de Bolsonaro causou “impacto” no agravamento da pandemia no país e pode ter motivado um aumento no número de mortes causados pela doença. “Em tempos de epidemia, você tem que ter fala única. O raciocínio não é individual, esse vírus ataca a sociedade como um todo”, salientou.

Emprego e inflação nos EUA

Nos Estados Unidos, destaque para dados do mercado de trabalho, que mostraram a criação de 742 mil vagas no setor privado em abril, segundo o Relatório de Emprego ADP.

A mediana das projeções dos economistas compilada pela Refinitiv apontava, contudo, para a criação de 800 mil novos postos de trabalho.

As perspectivas para a inflação e para a política monetária nos Estados Unidos também seguiram no radar do mercado, após a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmar na véspera que as taxas de juros poderão ter de subir no país para que um “sobreaquecimento da economia” seja evitado.

“Mesmo que os gastos adicionais sejam relativamente pequenos para o tamanho da economia, isso poderia causar alguns aumentos muito modestos nas taxas de juros”, disse a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).