Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos registram alta nesta terça-feira

Atenção dos investidores se volta hoje para ata do Copom, declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, e avanço da Covid-19

Lucas Bombana

(berya113/Getty Images)

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SÃO PAULO – Após o forte aumento dos prêmios já registrado na sessão passada, as taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto mantêm a tendência de alta nesta terça-feira.

O prêmio pago pelo papel com vencimento em 2024 era de 8,03% nesta tarde, contra 7,84% no fechamento passado, e 7,65%, na sexta-feira. No caso do Tesouro Prefixado 2026, a taxa era de 8,52%, ante 8,31% ontem, e 8,10%, na sexta-feira.

Entre os títulos atrelados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava uma taxa real de 3,62%, ante 3,52% na sessão passada, e 3,34% na sexta-feira.

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No caso do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030, o prêmio era de 3,95%, contra 3,86% ontem, e 3,65% na semana passada.

A atenção dos investidores se volta hoje para a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), bem como para declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (23):

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Fonte: Tesouro Direto

BC atento aos riscos fiscais

Divulgada nesta manhã, a ata do Copom referente ao encontro da semana passada, quando a taxa Selic subiu para 2,75%, apontou que os riscos fiscais de curto prazo e as preocupações com a desancoragem das expectativas para a inflação foram levados em conta na decisão de iniciar o ciclo de aperto monetário.

A avaliação do Copom é que o cenário básico para a inflação, com forte crescimento nos últimos meses e piora das expectativas, já recomendaria o início de um processo de normalização “parcial” das taxas de juros.

Mas o colegiado frisou na ata que os riscos fiscais de curto prazo implicam viés de alta para as projeções. “Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando trajetória com elevação inicial dos juros superior à suposta no cenário básico”, disse o Copom.

Os membros do Copom reiteraram considerar adequada uma nova alta de juros de 0,75 na próxima reunião, que acontece em maio, mas frisaram que essa visão pode ser revista em caso de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou balanço de riscos.

“Em última instância a decisão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação”, disse o Copom.

Na agenda de indicadores, a Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentou nesta manhã dados de sondagem do consumidor relativos a março. No mês, a confiança do consumidor teve queda de 9,8 pontos, para 68,2. Trata-se do menor nível registrado desde maio do ano passado.

No noticiário relativo ao avanço do coronavírus no país, o Brasil registrou nesta segunda-feira 1.383 óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 295.425, informou o Ministério da Saúde.

Também foram contabilizados 49.293 novos casos de coronavírus, com o total de infecções no país avançando para 12.047.526, acrescentou a pasta.

EUA e Europa em destaque

Na cena global, as atenções dos investidores se voltam para as sinalizações do presidente do Fed sobre a força da economia americana, bem como o avanço da Covid-19 na Europa.

Durante audiência na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nesta terça-feira, Jerome Powell deve enfatizar a rápida recuperação da economia americana, ainda que longe de “completa”, segundo discurso publicado pela entidade monetária.

O documento, divulgado nesta segunda-feira no site do Fed, mostra que Powell irá destacar o papel “sem precedentes” das políticas fiscal e monetária no combate à crise, que preveniu um impacto negativo ainda maior na economia, além da melhora na taxa de emprego e nos gastos com consumo nos EUA.

No discurso, porém, o presidente do Fed afirmará que, mesmo com o acelerado ritmo da economia e a boa perspectiva diante da vacinação em massa contra a covid-19 no país, há setores que apresentam um fraco desempenho, ainda por conta do choque provocado pela crise sanitária.

“Como enfatizamos ao longo da pandemia, a trajetória da economia continua dependendo do curso do vírus”, dirá Powell, segundo o documento.

Na Europa, as bolsas operavam em baixa nesta manhã, pelo temor de que o recente avanço nas contaminações por Covid-19 na região prolongue as medidas de isolamento social.

No momento, partes da França já estão sob um lockdown. Na Alemanha, autoridades estudam a possibilidade de estender as atuais medidas de lockdown.