Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos operam sem tendência definida

Investidores repercutem declarações de Trump sobre acordo comercial com China e buscas da polícia para prender esposa de Fabricio Queiroz

Lucas Bombana

(Shutterstock)

SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto operam sem uma direção clara no pregão desta terça-feira.

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A sessão de menor aversão ao risco no mercado global, com os investidores repercutindo declarações do presidente americano, Donald Trump, sobre o acordo comercial com a China, é parcialmente compensada pelo fronte local, com o mercado atento à cena política.

Também está no radar nesta manhã a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual foi reforçada a mensagem de que eventual ajuste futuro na Selic (a taxa básica de juros) será apenas “residual”. Na semana passada, o colegiado do BC reduziu a Selic pela oitava vez consecutiva, em 0,75 ponto porcentual, de 3,00% para 2,25% ao ano.

Além da redução dos juros para estimular a atividade, a autoridade monetária divulgou nesta terça-feira (23) circular regulamentando sua atuação no mercado secundário de títulos privados de renda fixa.

“Trata-se de medida visando dar liquidez, proporcionando melhores condições de funcionamento ao mercado secundário de ativos privados, com potenciais benefícios para o financiamento à atividade produtiva em geral”, afirma a nota do BC.

Entre os papéis prefixados, o prêmio pago pelo título com vencimento em 2023 estava em 4,16% nesta tarde, ante 4,19% no pregão de segunda-feira. O juro pago pelo mesmo papel com prazo em 2026, por sua vez, que era de 6,48% na tarde de ontem, recuava hoje para 6,43%.

Entre os títulos indexados à inflação, o prêmio do Tesouro IPCA+ 2026 subia de 2,71%, na sessão passada, para 2,72%, nesta tarde. A taxa do mesmo papel com vencimento em 2035 segue em 4,12%, o mesmo patamar do pregão anterior.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta terça (23):

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Juros no Brasil

Na ata do Copom, o Banco Central disse considerar a magnitude do estímulo monetário já implementado compatível com os impactos econômicos da pandemia da covid-19.

“Para as próximas reuniões, o comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual.”

O BC deixou claro, no entanto, que seguirá atento a revisões de cenário e expectativas de inflação. “O comitê reconhece que, em vista do cenário básico e do seu balanço de riscos, novas informações sobre a evolução da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”, registrou na ata divulgada hoje.

Além da comunicação da autoridade monetária com o mercado, os investidores monitoram com atenção nova operação da polícia em busca de Márcia Oliveira Aguiar, esposa de Fabrício Queiroz, que está foragida.

Cena global

No fronte internacional, os investidores receberam com alivio declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o acordo com a China.

Em sua conta no Twitter, Trump afirmou que “o acordo comercial com a China está totalmente intacto”. A declaração foi dada após comentários de Peter Navarro, assessor comercial da Casa Branca, terem dado a entender o contrário, alimentando temores por parte dos investidores.

Navarro – um notório crítico da China – disse em entrevista à Fox News que o acordo havia “acabado”. Posteriormente, Navarro tentou esclarecer seus comentários, alegando ao The Wall Street Journal que haviam sido “totalmente tirados de contexto”. Os futuros de Nova York, com o Dow Jones caindo cerca de 400 pontos logo após a primeira fala de Navarro, diminuíram as perdas após o consultor negar a afirmação e registram ganhos durante a manhã.

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