Tesouro Direto: taxas de títulos públicos têm alta nesta segunda-feira

Investidores monitoraram mudanças nas previsões para inflação e taxa Selic, no Brasil; no exterior, foco recaiu sobre notícias de vacinas contra a Covid-19

Mariana Zonta d'Ávila

Notas de Real (Getty Images)

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SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta segunda-feira (23), com os investidores de olho nos indicadores brasileiros e às notícias referentes ao avanço da Covid-19 no mundo.

O título prefixado com vencimento em 2023 pagava um prêmio anual de 5,40% nesta tarde, ante 5,29% na tarde de sexta-feira. A taxa paga pelo mesmo papel com prazo em 2026, por sua vez, avançava de 7,62% para 7,76% ao ano.

Entre os papéis indexados à inflação, o com vencimento em 2045 pagava uma taxa anual de 4,26%, ante 4,22% no pregão anterior. Já o juro pago pelo Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040 subia de 4,16% para 4,19% ao ano.

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De acordo com Flavio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, o movimento de alta das taxas dos contratos de juros futuros se deve a preocupações em torno do ambiente fiscal, com o mercado atento a uma possível prorrogação do pagamento de auxílio emergencial, previsto para acabar em dezembro.

Segundo Serrano, o noticiário do final de semana adicionou questionamentos sobre a probabilidade de o benefício continuar a ser pago por mais alguns meses, ampliando os riscos de aumento da dívida pública. Coluna publicada no sábado (21) pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmou que a prorrogação dos estímulos por mais alguns meses está na mesa.

Na sexta-feira (20), o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, voltou a negar a possibilidade.

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“O auxílio é uma despesa primária adicional de R$ 321,8 bilhões, um número significativo, legítimo, justificado e contido em 2020. O auxílio teve e ainda tem um papel importante, mas tem um alto custo fiscal. Do nosso ponto de vista técnico, temos o dever de apresentar à sociedade esse impacto”, afirmou.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta segunda-feira (23):

Fonte: Tesouro Direto

Inflação em alta

Entre os destaques do dia, o mercado financeiro vê uma pressão inflacionária cada vez maior e revisou para cima a projeção do IPCA para 2020, pela 15ª semana consecutiva, desta vez, de 3,25% para 3,45%. Os dados são do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta manhã. Para 2021, as estimativas de alta para o IPCA também foram ampliadas, de 3,22% para 3,40%.

No que tange às expectativas para a taxa básica de juros, a Selic deve encerrar este ano no atual patamar, de 2% ao ano, mas deverá subir para 3% a.a., ao fim de 2021. Na semana passada, o mercado financeiro via os juros subindo para 2,75% em 2021.

Ainda no âmbito doméstico, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o Brasil está praticando a recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de manter suporte para a economia durante a crise de Covid-19, mas afirmou que o governo pretende deixar de gastar acima do teto a partir de 2021.

Segundo ele, o plano do governo é voltar em janeiro ao padrão fiscal limitado ao teto de gastos. Os motores do crescimento seriam os investimentos privados, estimulados por novos marcos regulatórios, como saneamento, gás natural, cabotagem, setor elétrico, petróleo e 5G.

A menção de Guedes à ideia de usar a venda de reservas como um dos instrumentos para reduzir a dívida pública não foi bem recebida pelo mercado no fim da última semana, em meio à visão de que não são a ferramenta mais adequada para controlar o endividamento, e que vendê-las seria algo pontual, que funcionaria como um “truque contábil”.

Vacinas e Covid-19

Na cena externa, as boas notícias sobre o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus contrastaram com o aumento no número de casos ao redor do mundo.

Pela manhã, a farmacêutica britânica AstraZeneca afirmou que a vacina produzida em parceria com a Universidade de Oxford mostrou uma eficácia de 90% contra o coronavírus com apenas uma dose, de acordo com dados preliminares de seus ensaios clínicos.

Na sexta-feira (20), foram registrados 198.585 novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos, um recorde. No mesmo dia, foram registradas 2.015 novas mortes pela doença no país, patamar recorde desde maio, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

Na Alemanha, em meio à segunda onda de contaminações pelo vírus, o governo estendeu por ao menos mais um mês o lockdown implementado no país, previsto inicialmente para se encerrar no final de novembro.

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