Títulos públicos operam sem direção definida na tarde desta segunda-feira

SÃO PAULO – Os títulos públicos negociados no Tesouro Direto operavam sem direção definida na tarde desta segunda-feira (12), com os investidores de olho no noticiário político doméstico.

Os papéis indexados à inflação apresentavam leve alta em suas taxas, enquanto os prêmios pagos pelos prefixados cediam.

O papel com retorno indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 3,66%, ante 3,63% a.a. na tarde de sexta-feira (10). Da mesma forma, o juro real pago pelo Tesouro IPCA+2035 subia de 4,05% para 4,07% ao ano.

Entre os papéis com retornos prefixados, o título com juros semestrais e prazo em 2031 pagava 9,44% ao ano nesta tarde, contra 9,52% anteriormente. Já o juro real pago pelo Tesouro Prefixado 2026 recuava de 8,88% para 8,82% ao ano.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta segunda-feira (12):

Política

No ambiente doméstico, o mercado continuou acompanhando as discussões em torno do Orçamento de 2021. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Executivo e o Congresso estão próximos de um acordo, enquanto a equipe econômica do governo insiste na necessidade do veto presidencial.

Segundo o jornal Valor Econômico, o governo elaborou um projeto de lei que retira travas da LDO que impediriam a reedição do BEm e do Pronampe. Com a sua aprovação, o Executivo planeja financiar os programas via edição de créditos extraordinários.

Não será necessário esperar a sanção do Orçamento de 2021, cujo prazo só se encerra no próximo dia 22, nem promover cortes em uma programação de gastos já muito comprimida. Esse é, pelo menos, o plano da ala mais pragmática do governo federal.

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Também no radar do mercado esteve a instalação da “CPI da Covid” para apurar as responsabilidades do governo federal no combate à pandemia.

O clima da semana começou contaminado depois de o senador Jorge Kajuru divulgar um telefonema em que o presidente Jair Bolsonaro teria dito ter receio de um “relatório sacana”, pediria pressão por impeachment de ministros do Supremo e ainda, requisitaria a inclusão de estados e municípios no escopo da CPI.

Entre os indicadores, o relatório Focus, do Banco Central, mostrou nesta manhã que o mercado financeiro vê a taxa básica de juros mais alta ao fim deste ano, com elevação nas estimativas de 5,00% para 5,25% ao ano. Para 2022, as expectativas se mantiveram em Selic de 6,00% ao ano.

Em meio ao aumento dos preços, os economistas consultados pelo BC voltaram a elevar as estimativas para a inflação, desta vez, de 4,81% para 4,85% em 2021. Já para 2022, o Focus aponta para alta de 3,53% no índice de preços, ante 3,52% anteriormente.

Por fim, no que tange às expectativas do mercado para o desempenho da economia brasileira, estas apontam para um crescimento de 3,08% este ano (contra 3,17% na semana passada), e de 2,33% para 2022, sem mudanças ante o levantamento anterior.

Ambiente internacional

Na cena externa, atenção para a entrevista de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (o banco central americano), para o programa da CBS “60 Minutes”.

Na conversa, Powell disse que a economia dos Estados Unidos está em um “ponto de inflexão”, com expectativas de que o crescimento e as contratações acelerem nos próximos meses, mas alguns riscos permanecem, como qualquer ressurgimento da pandemia.

Ainda nos EUA, destaque para a retomada das atividades do Congresso americano após duas semanas. Espera-se que agora seja dado início às negociações pelo pacote de infraestrutura de US$ 2,25 trilhões, prioridade na agenda democrata.

Na Europa, o governo do Reino Unido está relaxando as medidas de lockdown na Inglaterra a partir desta segunda. O governo está permitindo a reabertura de refeições a céu aberto, cabeleireiros, academias, lojas e atrações ao ar livre.