Tesouro Direto: taxas de títulos públicos recuam nesta quarta-feira

Investidores repercutiram dados de emprego do Caged em abril, enquanto monitoraram cena política doméstica e inflação nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – As taxas oferecidas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam queda na tarde desta quarta-feira (26), em meio a dados de emprego no Brasil e com os investidores de olho na inflação nos EUA.

O Tesouro Prefixado com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 8,62%, ante 8,74% ao ano na tarde de terça-feira (25). Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2024 recuava de 8,22% para 8,10% ao ano.

Entre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030 oferecia um prêmio anual de 4,00% nesta tarde, ante 4,03% na última sessão, enquanto a taxa do Tesouro IPCA+ 2045 era de 4,22%, contra 4,25% anteriormente.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quarta-feira (26):

Fonte: Tesouro Direto

Caged e cena política

Na agenda do dia, investidores repercutiram os dados de emprego do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em abril, que mostraram a abertura de 120.935 vagas formais de trabalho no período.

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O resultado veio abaixo do esperado pelo consenso Refinitiv, de criação de 172,5 mil vagas no último mês.

Ainda entre os indicadores macroeconômicos, o Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) acelerou a alta a 1,80% em maio, na comparação com abril, quando a taxa ficou em 0,95%, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o INCC-M acumula alta de 6,92% no ano e de 14,62% em 12 meses.

Na cena política, o governo vê a possibilidade de utilizar R$ 7 bilhões de sobra dos R$ 44 bilhões autorizados pelo Congresso para compor o pagamento de mais uma parcela do auxílio emergencial, segundo informações do jornal Valor Econômico.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defendeu nesta terça-feira que o Congresso estude a necessidade de prorrogação do auxílio concedido pelo governo federal por quatro meses neste ano aos mais vulneráveis e avalie, ainda, um programa que amplie ou substitua o Bolsa Família.

Ontem, durante evento do BTG Pactual, o ministro da Economia Paulo Guedes disse acreditar que o Brasil caminha para alcançar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 4,5% a 5% em 2021. Ele projetou que as contas do governo devem voltar a ser superavitárias em 2024, ou mesmo 2023.

A atual estimativa oficial do Ministério da Economia aponta para crescimento do PIB de 3,5%, de acordo com o mais recente Boletim MacroFiscal, divulgado pela Secretaria de Política Econômica na semana passada.

Em rápida entrevista à imprensa ontem ao deixar o evento, Guedes afirmou: “se a pandemia continuar conosco, nós temos que ir renovando as camadas de proteção. Se a pandemia recua, nós podemos passar já para o Bolsa Família“.

Ainda no radar, reportagem do jornal Valor Econômico traz que Guedes deseja retomar as discussões para criar um Imposto Sobre Transações, nos moldes da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira). De acordo com o jornal, a área econômica do governo acredita que o presidente Jair Bolsonaro não deve se opor à ideia contanto que a alíquota não ultrapasse 0,1%.

Por fim, no noticiário de coronavírus, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, admitiu ontem, à CPI da Covid, que o aplicativo TrateCov, criado pelo governo para indicar tratamentos sem eficácia cientificamente comprovada para a Covid-19, não foi hackeado nem alterado nas informações que passava.

Dessa forma, a médica, conhecida como “capitã Cloroquina” devido à defesa que faz do remédio sem eficácia cientificamente comprovada contra a Covid, contrariou depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI.

Quadro externo

No exterior, investidores acompanharam declarações de integrantes do Federal Reserve (o banco central americano), em meio a temores de que a alta da inflação nos Estados Unidos possa levar a um aperto monetário antes do esperado.

Ontem, Richard Clarida, vice-presidente do Federal Reserve, afirmou que a autoridade monetária americana pode conter um surto de inflação sem que a recuperação econômica seja prejudicada.

Já a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, afirmou à rede de notícias americana CNBC que, apesar de a recuperação até o momento ser encorajadora, ainda é “cedo demais” para apertar a política monetária.

Nesta quarta, investidores aguardam ainda o discurso de Randal Quarles, também membro do banco central dos Estados Unidos. A expectativa é que ele aborde as preocupações quanto à inflação e potenciais mudanças na política do Fed.

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