Tesouro Direto: prêmios dos títulos prefixados acentuam movimento de alta na tarde desta segunda-feira

Dia é marcado por revisões para cima da inflação em 2021 e da Selic em 2022, segundo relatório Focus divulgado nesta manhã pelo Banco Central

Bruna Furlani

(GettyImages)

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SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos prefixados do Tesouro Direto continuaram o movimento de alta do dia nas negociações da tarde desta segunda-feira (5).

A subida está relacionada às revisões para cima apresentadas no relatório Focus divulgado hoje pelo Banco Central. No documento, a mediana dos economistas agora espera que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano ultrapasse os 6,00%. Além disso, o mercado agora projeta que a Selic esteja em 6,75% em 2022.

O prêmio do título prefixado com vencimento em 2024, por exemplo, pagava 8,18% no começo da manhã e passou a pagar 8,27% nas negociações da tarde. Já a taxa do título com vencimento em 2031 que paga juros semestrais subia de 9,19% na primeira atualização do dia para 9,22% à tarde. Na sessão anterior, o mesmo título oferecia rentabilidade de 9,15%.

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Da mesma forma, a taxa do papel prefixado com vencimento em 2026 voltou a avançar de 8,57%, na sessão anterior, para 8,60% no início da manhã. Na atualização da tarde, o título oferecia rentabilidade de 8,66%.

Já entre os papéis com retornos atrelados à inflação, as taxas registravam leve queda em relação às negociações da última sexta-feira. Os títulos do tipo Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2035 e 2045, por exemplo, pagavam juro real de 4,09%. Anteriormente, o papel oferecia retorno real de 4,10%. Já os títulos indexados à inflação com vencimento em 2055 e juros semestrais ofereciam juro real de 4,36%, ante 4,38% da sessão de sexta-feira.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta segunda-feira (5):

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Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Cena doméstica

Conforme mostra o relatório Focus, do BC, agora a projeção do mercado financeiro para a inflação medida pelo IPCA em 2021 está em 6,07%. Uma semana antes, ela estava em 5,97%. O mercado veem revendo esses números pela décima terceira semana seguida. O ponto que gera certa apreensão entre investidores é que a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.

Para o próximo ano, o Focus apontou agora para uma inflação de 3,77%, em linha com a expectativa anterior, de avanço para o IPCA de 3,78%.

A projeção da Selic para este ano, por sua vez, foi mantida em 6,50%. Para 2022, o mercado elevou a expectativa para a taxa básica de juros, que passou de 6,50% para 6,75%.

Além de revisões na expectativa de inflação medida pelo IPCA para este ano, os economistas continuam de olho na recuperação da economia apoiada pelo avanço da vacinação e da mobilidade.

Pela 11ª semana consecutiva, o mercado revisou para cima as projeções para a expansão de 5,18% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, acima do crescimento de 5,05% esperado no levantamento anterior. Para o ano seguinte, é esperado que a economia cresça 2,10%, praticamente a mesma taxa de expansão do PIB na semana prévia, de 2,11%.

Já com relação às expectativas para o câmbio, o mercado prevê agora que o dólar encerre dezembro deste ano em R$ 5,04 (ante R$ 5,10 na semana anterior) e termine o ano de 2022 cotado a R$ 5,20 – sem alterações ante o último relatório.

Ainda no cenário local, investidores monitoram o comunicado da Petrobras sobre a elevação nos preços da gasolina e do diesel, a partir de amanhã (6), nas refinarias. Com o reajuste, agora o litro médio da gasolina passa a ser comercializado a R$ 2,69, o que representa uma alta de R$ 0,16 no litro. Esse foi o primeiro aumento no valor fixado pela estatal desde que o novo presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, assumiu o posto.

Enquanto isso, o litro médio no preço do diesel passa a ser de R$ 2,81, um aumento de R$ 0,10 por litro. Lembrando que o aumento dos preços é nas refinarias e o valor final que chega ao consumidor é maior porque envolve a incidência de impostos, além de custos ligados à distribuição e logística dos produtos.

O mercado ainda acompanha os desdobramentos da matéria divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo no fim de semana que mostra que o governo teria fechado contrato para a compra do imunizante indiano Covaxin por um valor 50% mais alto – US$ 15 –  do que o valor inicial da oferta, de US$ 10.

E também analisa as pesquisas divulgadas pela CNT/MDA sobre a avaliação do governo. Segundo o estudo, a avaliação negativa do governo de Bolsonaro disparou ao atingir em julho, 48,2% dos entrevistados.

No levantamento anterior, em fevereiro, a avaliação negativa, que soma os que consideram o governo ruim e péssimo, estava em 35,5%.

O avanço da avaliação negativa ocorreu em meio ao recrudescimento da pandemia de coronavírus no país e do início das investigações da CPI da Covid do Senado.

Cenário internacional

Nos mercados internacionais, o dia é marcado por uma liquidez reduzida com a extensão do feriado da independência nos Estados Unidos. Com isso, as bolsas americanas estão fechadas hoje.

Na zona do euro, a segunda-feira começou com a divulgação de dados importantes sobre a indústria e serviços. De acordo com a pesquisa final divulgada pela IHS Markit, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 57,1 em maio para 59,5 em junho, atingindo o maior patamar desde junho de 2006.

O número ficou acima da leitura prévia de junho e da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 59,2. No mesmo período, o PMI de serviços da zona do euro aumentou de 55,2 para 58,3, também superando a estimativa preliminar, de 58.

Enquanto isso na Ásia, as bolsas tiveram desempenhos variados entre si na sessão. As ações de empresas chinesas listadas em Hong Kong tiveram quedas. Reguladores chineses afirmaram que a empresa de caronas pagas Didi, apoiada pelo SoftBank, coletou dados pessoais dos usuários, e determinou que lojas de aplicativos oferecessem seu programa, poucos dias após ter sido listada na Bolsa de Nova York.

Ainda entre os destaques, hoje membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, chamado de Opep+, se reuniram, mas o encontro terminou sem um acordo, segundo informações da Bloomberg e da Reuters.

Com isso, as agências de notícias destacam que estão mantidas as cotas de produção de cada membro, ante expectativa inicial de aumento de 500 mil barris por dia e proposta na semana passada de 400 mil barris por dia. Nenhuma data para um novo encontro foi acordada.

Diante da notícia de que a produção não deve subir, os contratos futuros de petróleo do tipo Brent e do tipo WTI com vencimento em agosto subiram, depois de negociar perto da estabilidade. Por volta das 15h da tarde (horário de Brasília), os contratos futuros do tipo Brent tinham fechado com avanço de 1,30%, cotados a US$ 77,16 o barril. Já os contratos de WTI subiam 1,56%, cotados a US$ 76,33 o barril.

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