Tesouro Direto: prefixados renovam máximas após revisão da meta fiscal

Investidores repercutem notícias sobre conflito no Oriente Médio e impacto no dólar e petróleo

Monique Lima

(Shutterstock)

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As taxas do Tesouro Prefixado 2027 estão no maior nível desde a emissão e atingiram um pico de 10,76% nesta segunda-feira (15), em meio à crise no Oriente Médio, com o ataque do Irã contra Israel, e a redução da meta fiscal para 2025 sinalizada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O mesmo movimento é visto nos outros dois prefixados do Tesouro, o Tesouro Prefixado 2031 e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035. O primeiro atingiu a máxima de 11,65% e o segundo em 11,63%. 

As taxas iniciaram o dia com uma abertura leve, de 0,05 ponto percentual em relação à última sexta-feira (12), em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, após o Irã lançar drones e mísseis contra Israel na noite de sábado (13), em retaliação a um suposto ataque israelense ao seu consulado na Síria, em 1º de abril, alimentando temores de um conflito regional mais amplo.

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Entretanto, o noticiário interno ganhou força na parte da tarde e impulsionou uma abertura maior no pagamento dos títulos. Em entrevista à Globo News, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a meta zero para 2025, em uma redução do esforço fiscal anunciado anteriormente, que previa superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.

Ao apresentar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que será enviado ao Congresso, a equipe econômica de Haddad previu uma trajetória com superávit primário de 0,25% do PIB em 2026, 0,5% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028.

As novas estimativas representam um alongamento da melhora fiscal, que passaria a ser mais gradual, contra previsão anterior de saldo positivo de 1% do PIB já em 2026. Na prática, a mudança atrasa o processo de estabilização da dívida pública.

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No Tesouro Direto, a primeira atualização do dia mostrou os títulos abrindo cerca de 0,05 ponto percentual, porém, o movimento aumentou com a notícia da meta fiscal. Na última atualização, o Prefixado 2027 saiu de 10,57% na sexta-feira para 10,76%; o 2031 passou de 10,46% para 11,65% e o 2035 com Juros Semestrais foi de 11,46% para 11,63%.  

Já o Tesouro IPCA+ 2035 está encostado em 6%. Começou o dia aos 5,99%, mas fechou um pouco em 5,97%. Enquanto o título de vencimento em 2045 abriu um pouco mais, de 6,02% para 6,04%.  

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta segunda-feira (15):

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Fonte: Tesouro Direto. Atualização: 15/04/2024 – 15h21