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5 investimentos recomendados para maio, segundo a XP: da renda fixa a alternativos  

Diante de maiores níveis de incerteza global e local em abril, casa indica alocação mais defensiva para o próximo mês, com ativos locais e estrangeiros

Monique Lima

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Abril foi um mês marcado por revisões de cenários. As taxas de juros abriram ao redor do mundo – inclusive no Brasil –, os embates geopolíticos se agravaram e o cenário fiscal brasileiro também passa por crise. Diante do aumento das incertezas, maio deverá ser de cautela e foco na diversificação de investimentos, avalia a XP.

“Finalizamos o mês de abril com os maiores níveis de incerteza do ano em relação aos rumos da política monetária no Brasil e no mundo e seus efeitos sobre os mercados”, diz o novo time unificado de alocação da XP, chefiado por Artur Wichmann, em relatório divulgado nesta segunda-feira (29).

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“Com esse cenário, iniciamos este primeiro relatório com uma mensagem que certamente se manterá nas próximas edições: a de que a diversificação, inclusive geográfica, é a única certeza no mundo de investimentos para uma maior tranquilidade em tempos turbulentos.”  

Visão tática da XP por classe de attivo para o mês de maio de 2024 (Fonte: Relatório Mensal de Alocação da XP)

No exterior, a inflação nos Estados Unidos não arrefeceu como o esperado pelo mercado e as perspectivas de corte dos juros ficam cada vez mais divididas, com sinalizações negativas por parte do banco central do país. A situação impacta diretamente as estimativas de juros no Brasil, que não pode acelerar seus cortes enquanto os EUA não diminuem suas taxas por lá.  

Internamente, o governo federal reviu suas expectativas para as contas públicas e adiou a meta de déficit zero de 2024 para 2025, postergando todas as projeções. Com as novas metas, a previsão é de que a dívida pública (em % do PIB) se reduza apenas a partir de 2028, causando desconforto entre analistas e uma percepção de aumento do risco fiscal.

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Confira as recomendações da XP para navegar por esse cenário: 

1. Renda fixa indexada à inflação  

Com a recente precificação dos riscos internos, as taxas dos títulos públicos voltaram a patamares mais atrativos, com os vencimentos intermediários (2028 e 2030) mais atrativos também pelo aumento da inflação implícita. “Gostamos de manter uma parcela expressiva da alocação nessa classe de ativo, podendo ser via fundos e/ou títulos indexados em IPCA+, nossa preferência”, diz o relatório. 

Existem também opções de títulos que oferecem isenção de Imposto de Renda, aumentando o retorno esperado dessa parcela do portfólio. O time de alocação da XP indica que é possível achar algumas oportunidades em crédito privado, “mesmo com os spreads um pouco acima da média histórica”. 

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2. Renda fixa prefixada

Maiores riscos globais e locais fizeram o prêmio na curva de juros abrir, principalmente nos vencimentos mais longos. Para os analistas da XP, este cenário exige um posicionamento mais cauteloso e oportunístico em títulos prefixados, principalmente nos papéis de vencimentos mais longos. “As taxas dos títulos públicos com vencimentos mais curtos (até 2 anos), nossa preferência, ficaram mais atrativas e podem indicar bom ponto de entrada”, diz o relatório.  

3. FIIs  

Com uma Selic e um IPCA um pouco mais elevados do que o anteriormente precificado, os fundos imobiliários de papel (crédito) voltam a ter mais relevância em detrimentos dos FIIs de tijolo, que vinham com uma performance melhor desde o início dos cortes nos juros. Outra vantagem é o distanciamento dos riscos globais, uma vez que tendem a estar mais correlacionados com fatores macro locais ou até mesmo fatores específicos de cada setor.  

“Os fundos listados podem ser uma forma eficiente de exposição a ativos reais ou ao crédito com lastro em setores relevantes como o imobiliário, agronegócio ou até mesmo infraestrutura”, afirmam os analistas.  

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4. Alternativos  

“As teses de investimentos ilíquidos seguem tendo sua relevância pelo potencial de entregar altos retornos com baixa volatilidade, além de poder expor a carteira a fatores de risco distintos dos que normalmente estão nas classes de ativos tradicionais”, diz o relatório. Os analistas citam investimentos em empresas não listadas em Bolsa, via equity ou via dívida, investimentos em ativos judiciais ou até mesmo em projetos de desenvolvimento imobiliário ou infraestrutura.  

5. Renda fixa global  

Para o time de alocação da XP, a renda fixa global é a classe de ativo mais atrativa no momento para a parcela de alocação global dos portfólios. Entretanto, mesmo estando com um retorno bastante acima dos patamares históricos, o momento exige cautela, devido à volatilidade da curva de juros dos Estados Unidos. “O foco está nos ativos (títulos e fundos) com menor propensão a riscos elevados (high yield) e com vencimento não superior a 3 anos”, escrevem em relatório.  

Alocação recomendada por perfil de risco

Diante do cenário, a XP recomenda que investidores de perfil conservador aloquem 87,5% do capital em renda fixa, principalmente (70%) em ativos pós-fixados (indexados ao CDI). Investidores com perfil de risco moderado, indica a casa, devem aplicar 65% em renda fixa e 14% em fundos multimercados e 7% em fundos listados. Já quem tem perfil mais arrojado deve reservar 15% para renda variável local, 13% em fundos listados e 10% em multimercados – a fatia de renda fixa, ainda assim, deve tomar quase a metade da carteira.

(Fonte: relatório Mensal de Alocação da XP)