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Quanto LCI e LCA rendem? Taxas caem, mas isenção de IR pode compensar; entenda

Estoque, que vinha crescendo desde 2018, passou a cair e rentabilidade também é menor, mas benefício fiscal ainda deixa ativos atrativos, defende XP

Leonardo Guimarães

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Após as restrições promovidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para emissões de letras de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs), o mercado vem reagindo com número menor de ofertas e diminuição da rentabilidade. Mesmo assim, para a XP, ainda vale a pena investir nesses ativos. Em relatório, a casa diz que o patamar de juros oferecidos pelos pós-fixados “ainda é elevado, representando boa oportunidade de retorno às carteiras”.

A XP, que projeta Selic em 10% ao fim de 2025, espera que os juros elevados aliados à isenção de IR ainda façam muita diferença na rentabilidade desses ativos. “A taxa equivalente a um título tributado pode beirar os 110% do CDI”, diz o documento. A casa ainda ressalta como vantagem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por CPF.

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A queda na rentabilidade, diz a XP, é um efeito esperado diante da queda na oferta e manutenção da demanda por esses títulos, já que o mercado de incentivados passa por mudanças e o investidor pessoa física gosta dos papéis isentos de Imposto de Renda.

A taxa máxima de LCIs com vencimento em 12 meses caiu de 100% do CDI em janeiro para 93% do CDI em março, de acordo com dados levantados pela Quantum Finance. Já nas LCAs, a taxa média para ativos de 12 meses saiu de 90,87% do CDI em fevereiro para 90,73% no mês seguinte. 

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Alguns fatores explicam o impacto menor nas LCAs na comparação com os ativos ligados ao mercado imobiliário. Um deles é o prazo mínimo de vencimento, que passou para 12 meses em LCIs e 9 meses em LCAs.

Como o Imposto de Renda incide em outras aplicações de maneira regressiva conforme o tempo de investimento, um prazo maior para resgate das LCIs aproxima a rentabilidade desses papéis a de ativos que pagam IR. 

Ainda é importante lembrar que o CMN proibiu como lastro de LCIs operações para pessoas jurídicas com o mercado imobiliário, mesmo que garantidas por imóveis. Com isso, grandes bancos deixaram de realizar esse tipo de emissão. 

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Estoque em queda

O estoque das LCIs e LCAs vinha crescendo desde 2018, saindo de R$ 226 bilhões para R$ 820 bilhões em dezembro de 2023. Em janeiro, antes da decisão do CMN, também houve crescimento, tendência quebrada no mês seguinte, quando as novas regras passaram a valer. 

Nas LCIs, o estoque caiu de R$ 373,05 bilhões – ao final de janeiro – para R$ 362,48 bilhões no último dia 25. 

Nas LCAs, a redução no volume de estoques foi menor, proporcionalmente, e passou de R$ 478,25 bilhões para R$ 470,21 bilhões. 

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