Tesouro Direto: taxas dos títulos de curto e longo prazo avançam com commodities e aversão ao risco; prefixados pagam até 12,24% ao ano

Reavaliação da inflação deve ficar visível nos próximos meses, aponta economista

Bruna Furlani Katherine Rivas

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As taxas dos títulos públicos operam em alta nesta segunda-feira (7). Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, a curva de juros hoje é dominada por dois fatores: o primeiro é a alta dos preços internacionais das commodities que deve acabar puxando também os preços domésticos de alimentos e combustíveis.

O economista explica que essa elevação pode forçar uma reavaliação no cenário de inflação para os próximos meses. “Isso vem afetando a precificação das taxas de juros de curto prazo”, diz.

Borsoi aponta que o Boletim Focus apresentou uma leve alta para inflação, mas ainda pouco significativa. A expectativa de inflação oficial para este ano agora está em 5,65%, contra 5,60% uma semana antes. Essa foi a oitava semana seguida de alta nas projeções. “Esta reavaliação deve ficar mais visível nos próximos meses”, reforça.

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Já o segundo fator que pressiona a curva de juros é o aumento da aversão ao risco nos mercados globais, que leva a investidores a comprar dólar, elevando as taxas de juros, principalmente de longo prazo.

Dentro do Tesouro Direto, as taxas dos títulos prefixados subiam na última atualização desta segunda-feira (7). A maior alta era do Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, que apresentava uma rentabilidade anual de 12,13%, acima dos 11,84% vistos na sexta-feira (4).

Enquanto o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2029 entregavam um retorno anual de 12,24% e 12,09%, superior aos 12,03% e 11,81% da sessão anterior.

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Nos títulos atrelados à inflação, as taxas do Tesouro IPCA+ 2032 e do Tesouro IPCA+ 2055, ambos com pagamento de juros semestrais, foram as que mais avançavam. Os títulos ofereciam uma rentabilidade real de 5,83% e 5,82% respectivamente, acima dos 5,77% e 5,76% registrados na sessão passada.

Os outros títulos atrelados ao IPCA subiam 5 pontos-base.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta segunda-feira (7): 

Rússia X Ucrânia

Congressistas dos EUA estão pressionando Joe Biden para enviar aviões de combate à Ucrânia, após um apelo feito sábado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, segundo a Associated Press. 

O senador Bob Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores, solicitou ao secretário de Estado, Antony Blinken, e ao secretário de Defesa, Lloyd Austin, que Washington substituam quaisquer jatos doados por aeronaves ocidentais atualizadas.

“Apoiarei os esforços no Senado para implementar medidas para compensar nossos aliados que fornecem suas aeronaves para a defesa da Ucrânia”, disse Menendez na carta.

E a solução ainda parece ficar longe, a terceira rodada de conversas entre Rússia e Ucrânia terminou com poucos avanços.

Segundo a Reuters, o encontro terminou com “pequenos desdobramentos positivos” relacionados a potenciais corredores humanitários. Esses acordos, porém, já haviam sido sinalizados na segunda rodada, semana passada, porém não foram respeitados pelos russos.

O estabelecimento de corredores para evacuar civis de cidades devastadas provou ser difícil nos últimos dias. Mulheres e crianças acabaram vítimas em bombardeios em regiões civis.

Um dos negociadores da delegação ucraniana afirmou que não há acordo para trégua ou cessar-fogo.

Relatório Focus

O destaque da cena econômica local está nos números do Relatório Focus. Apesar de o ajuste para cima nas estimativas de inflação, não houve alteração nas projeções para o avanço da Selic neste ano, que se manteve em 12,25%, igual ao registrado uma semana antes.

Por outro lado, os economistas consultados pelo Banco Central recalibraram as estimativas para o câmbio. Agora, o mercado espera que o dólar encerre o ano em R$ 5,40, abaixo dos R$ 5,50 esperados na semana anterior. Já para 2023, a medida dos economistas prevê que o câmbio termine em R$ 5,30, valor levemente inferior aos R$ 5,31 vistos uma semana antes.

Mudanças também nas expectativas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB). No levantamento desta semana, as projeções para o crescimento do PIB estão em 0,42%, acima dos 0,30% previstos uma semana antes. As estimativas para 2023, por sua vez, não sofreram alteração: se mantiveram em 1,50%.

Combustíveis

A Petrobras está negociando um aumento de preços dos combustíveis com o governo, segundo informações de O Globo.

Membros do Executivo e da estatal procuram acordo para o aumento pretendido para esta semana. Há defasagem no mercado interno, já que os preços internacionais dispararam desde o começo da invasão russa na Ucrânia: o da gasolina está 26% menor em relação aos valores externos e o do diesel, 30%.

O jornal carioca ouviu fontes do governo e diz que a ideia é formular uma espécie de tabela fixa, com um pedaço sendo bancado pelos dividendos da estatal. Em 2018, no governo-tampão de Michel Temer, o artifício foi usado para evitar mais uma greve dos caminhoneiros.

Nova dupla

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin acertou na manhã desta segunda-feira (7) sua filiação ao PSB. A informação foi dada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, em entrevista ao G1, e confirmada pelo InfoMoney. “Ficou acertado que ele entra no PSB, só falta agora a data da filiação. A conversa foi excelente”, disse o presidente da sigla.

Siqueira afirmou ainda que, independentemente de uma possível federação com o PT, Alckmin irá para o PSB e, se Lula oficializar sua candidatura ao Planalto, o ex-governador de SP será seu vice. “Ele vai ser o vice se Lula confirmar o convite. No PSB, está acertada a sua filiação”.

A chapa Lula e Alckmin vem sendo especulada há meses nos bastidores dos partidos. Na avaliação de cientistas políticos ouvidos pelo InfoMoney, o convite de Lula a Alckmin seria uma clara tentativa do ex-presidente de ampliar o arco de apoio à sua candidatura para além da esquerda.