Tesouro Direto: negociações seguem suspensas, sem previsão de retorno

Prêmios pagos pelos títulos públicos dispararam, mas investidores não conseguem acessar o programa

Mariana Zonta d'Ávila Beatriz Cutait

SÃO PAULO – As operações do Tesouro Direto, programa de compra e venda de títulos públicos por investidores pessoas físicas pela internet, seguem suspensas nesta quinta-feira (12), sem previsão de retorno.

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O dia segue de tensões elevadas, depois de duas interrupções do sistema vistas na quarta-feira (11).

Em um contexto em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a pandemia do coronavírus, o pessimismo foi ampliado com o discurso feito ontem à noite pelo presidente americano Donald Trump e pela derrota do governo brasileiro no Congresso, que pode gerar um impacto de R$ 217 bilhões aos cofres públicos em dez anos, segundo contas do governo.

Após ser acionado na segunda e na quarta-feira, o mecanismo de “circuit breaker” voltou a ser utilizado duas vezes hoje, depois de quedas maiores de 10% do Ibovespa.

Nesta tarde, o Federal Reserve, o banco central americano, anunciou que oferecerá mais de US$ 1 trilhão em liquidez ao mercado monetário através de duas operações de recompra reversa. A primeira operação acontece nesta quinta, com a oferta de US$ 500 bilhões em operações “repo”, isto é, de acordo de recompra.

O anúncio aliviou parte da queda acentuada das bolsas americanas e respingou no Brasil. Mas os efeitos não duraram. Por volta das 15h50, o principal benchmark brasileiro de renda variável operava com queda de 14,2%, aos 73.073 pontos.

Na última atualização de preços do Tesouro Direto na noite de quarta-feira, os prêmios pagos pelos títulos públicos estavam em forte alta em relação ao dia anterior.

Entre os papéis com retornos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026 pagavam um juro real de 3,29% ao ano, enquanto os com vencimentos em 2035 e 2045 tinham retornos de 3,94%, mais a variação do IPCA.

No grupo dos prefixados, os papéis com prazo em 2023 tinham retornos nominais de 5,82% ao ano, enquanto o Tesouro Prefixado 2026 pagava uma taxa de 7,20% a.a.

As suspensões das operações no Tesouro Direto têm como objetivo garantir que as transações sejam sempre realizadas a taxas justas, alinhadas às taxas praticadas no mercado secundário.

Quando se verifica forte volatilidade no mercado, com aumentos ou quedas bruscas nos preços dos títulos públicos, o Tesouro Direto suspende temporariamente as vendas e compras para evitar que o investidor feche transações a um preço que possa ficar rapidamente defasado.

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