Tesouro Direto: taxas recuam com maior apetite ao risco e dólar

Prefixados oferecem retorno anual de até 12,36%

Bruna Furlani Katherine Rivas

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As taxas dos títulos públicos operam em forte queda na tarde desta quinta-feira (19). Nos prefixados, a rentabilidade dos títulos recua até 18 pontos-base.

Segundo Flavio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, as taxas de juros caíram forte hoje acompanhando um maior apetite ao risco dos investidores.

O dólar também contribuiu com este movimento. Por volta das 15h36, o dólar comercial apresentava queda de 1,87%, cotado a R$ 4,8871.

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No radar das próximas sessões, Serrano destaca os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), no dia 24 de maio, que podem impactar no movimento da curva de juros.

Dentro do Tesouro Direto, o título prefixado de médio prazo apresentava a maior queda entre as taxas. O Tesouro Prefixado 2029 oferecia um retorno anual às 15h29 de 12,22%, inferior aos 12,40% vistos ontem.

Já o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, apresentavam uma rentabilidade anual de 12,31% e 12,36%, respectivamente, nesta quarta-feira (19), abaixo dos 12,45% e 12,51% registrados na sessão anterior.

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Nos títulos atrelados à inflação, o movimento também era de queda nas taxas.

A maioria das taxas recuavam entre 2 e 5 pontos-base.

O Tesouro IPCA+ 2035 e o Tesouro IPCA+ 2045 apresentavam a maior baixa. Os títulos públicos entregavam um retorno real de 5,61%, inferior aos 5,66 vistos ontem.

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Leia mais: Retorno de CDBs de liquidez imediata alcança 110% do CDI após última alta da Selic; vale a pena investir?

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quinta-feira (19):

Fonte: Tesouro Direto

Inflação

O Governo Federal elevou as projeções oficiais da inflação para 7,90% em 2022. A projeção anterior, feita em março pela Secretaria de Política Econômica, era de inflação fechando 2022 com 6,55%.

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Para 2023, subiu de 3,25% para 3,60%. No caso deste ano, a inflação ficaria acima da meta – de 3,50% este ano e de 3,25% para o ano que vem, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para o PIB, o governo mantém alta de 1,5% em 2022, e mantém também a alta de 2,5% para 2023.

Banco Central Europeu

O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, defendeu uma postura gradual e cautelosa na normalização monetária. Ele argumentou que o programa de compras de ativos deve terminar no início do terceiro trimestre. “Um primeiro aumento das taxas de juros pode ocorrer algum tempo depois, dependendo da evolução da nossa avaliação das perspectivas”, afirmou.

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Guindos ressaltou que a guerra entre Rússia e Ucrânia provavelmente provocará uma desaceleração da economia e uma alta da inflação na zona do euro. A inflação deve continuar alta: “precisamos evitar que o cenário em que a alta inflação que vemos atualmente fique enraizada nas expectativas”, disse. “Mas tenha certeza que continuamos totalmente comprometidos em estabilizar a inflação em nossa meta de 2% no médio prazo”, reforçou.

Apesar dessas incertezas, os mercados financeiros na região continuam “relativamente calmos” na Europa, de acordo com Guindos.

Minirreforma tributária

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento da Arko Advice hoje, disse ser possível fazer, ainda em 2022, uma “minirreforma” tributária com redução mais tímida no IR e CSLL de empresas, além de taxação de lucros e dividendos e um novo programa de parcelamento de dívidas (Refis).

“Se não dá para fazer inteiro, pega pelo menos a parte das empresas, faz o Refis, lucros e dividendos e redução do imposto sobre empresas. Eu acho que dá. Faz mais moderada, em vez de 15%, só 10% de taxa sobre lucros e dividendos. Em compensação não dá para baixar o tributo sobre empresas de 34% para 26%, dá para 28%, 30%. Eu acho que há esperança”, afirmou Guedes.

O ministro também defendeu maior competição no mercado de capitais: “na Bolsa, se quiser prosperar, terá que democratizar acesso. Precisamos quebrar monopólios.”