Taxas de títulos do Tesouro Direto recuam na tarde desta terça-feira

Investidores monitoraram cena política e ata do Copom, no Brasil; no exterior, mercados acompanharam avanço da Covid-19 e pacote de estímulos nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

(GettyImages)

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SÃO PAULO – As taxas oferecidas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam queda na tarde desta terça-feira (15), com os investidores de olho na cena política doméstica e na apresentação de um novo pacote de estímulos nos EUA.

O título indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava um prêmio anual de 2,37%, ante 2,41% a.a. ontem.

A taxa paga pelo mesmo papel com vencimento em 2045, por sua vez, cedia de 3,65% para 3,56% ao ano.

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Entre os papéis com retorno prefixado, o com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 6,57%, abaixo dos 6,67% pagos anteriormente.

Já o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2023 era de 4,43%, ante 4,55% no último pregão.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta terça-feira (15):

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Fonte: Tesouro Direto

Quadro doméstico

Entre os destaques do dia, os investidores monitoraram os ruídos referentes à possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial no próximo ano, após o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentar um projeto de lei que propõe a extensão do benefício e a prorrogação do estado de calamidade pública até 31 de março de 2021.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu, contudo, votar a PEC emergencial em janeiro e disse que a calamidade não será prorrogada.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, com o fim do auxílio emergencial no horizonte, o governo estuda antecipar o 13º salário para aposentados.

O auxílio deveria ser prorrogado por alguns meses em 2021, na opinião de 72% dos entrevistados pela pesquisa XP/Ipespe. O levantamento ouviu 1.000 eleitores entre os dias 7 e 9 de dezembro.

O resultado aponta para um crescimento de 4 pontos percentuais no grupo que apoia a extensão do benefício em comparação com levantamento feito em outubro.

Atenção ainda nesta terça-feira para as informações sobre a agenda de reformas. Conforme aponta o jornal O Globo, para a equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia, o Brasil tem o primeiro semestre de 2021 para retomar reformas.

Por outro lado, destaca a Bloomberg, o mercado já descarta que grandes reformas prometidas pelo governo Jair Bolsonaro saiam do papel em 2021, em meio à necessidade de medidas mais urgentes e Guedes cada vez mais isolado e sem apoio para sua agenda liberal.

Destaque também para a ata da última reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), em que a autoridade monetária reconhece que a inflação em dezembro deverá ser alta, mas mantém a avaliação de que o movimento será passageiro.

“Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente”, diz a autoridade monetária, no documento.

A ata indicou também que a projeção para o IPCA de 2020, no cenário que utiliza juro fixo e variação cambial conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC), está em 4,3%. Este cenário pressupõe Selic em 2% ao ano e câmbio de R$ 5,25.

Na agenda de indicadores, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), da Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou em 1,97% em dezembro. No acumulado do ano, o índice acumula alta de 24,16%.

Cena internacional

Na cena externa, os mercados acompanharam as discussões acerca da aprovação de um novo pacote de estímulos econômicos nos Estados Unidos, em meio ao avanço do coronavírus.

Um grupo bipartidário de senadores apresentou ontem uma proposta em um esforço para aprová-la ainda neste ano. A proposta é no valor de US$ 748 bilhões, abaixo dos US$ 908 bilhões que vinham sido defendidos por congressistas de ambos os lados.

A proposta inclui auxílio a pequenos negócios e financiamento a benefícios voltados para desempregados. Sem a aprovação de um novo pacote, milhões de americanos sem emprego perdem o acesso aos benefícios logo após o Natal, e com a pandemia ainda bastante presente.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou nesta segunda-feira (14) que não descarta a possibilidade de decretar um lockdown total para conter o avanço do coronavírus.

Durante entrevista coletiva sobre o plano de vacinação na cidade, De Blasio recomendou que a população de Nova York se prepare para um possível novo confinamento caso o vírus continue se espalhando rapidamente.

Pelo menos 124 novas mortes por coronavírus e 10.027 novos casos foram relatados em Nova York no último domingo (13). Na semana passada, houve uma média de 10.031 casos por dia, um aumento de 56% em relação à média das duas semanas anteriores.

Na Europa, a Alemanha anunciou no domingo um lockdown total durante o período do Natal, com início nesta quarta (16), em resposta ao aumento do número de novos casos e mortes pela doença, que bateram recordes na semana passada.

Na Holanda, o governo também irá adotar um lockdown, neste caso por cinco semanas para tentar conter o avanço da pandemia no país.

Ainda na região, o mercado acompanha as negociações em torno do acordo comercial entre Reino Unido e União Europeia pós-Brexit. Na véspera, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que houve algum “movimento” em torno de pontos centrais.

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