Prêmios de títulos do Tesouro Direto têm alta nesta sexta-feira

Investidores repercutiram críticas de Bolsonaro à Petrobras, pacote de estímulos nos EUA e dados econômicos na Europa

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Após recuarem na véspera, os prêmios pagos pelos títulos públicos do Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta sexta-feira (19), com o aumento de aversão ao risco na cena política doméstica após críticas do presidente Jair Bolsonaro à Petrobras.

O Tesouro Prefixado com vencimento em 2024 pagava um prêmio anual de 6,74%, ante 6,69% na tarde de ontem. Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 subia de 7,28% para 7,35% ao ano.

Entre os títulos atrelados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 2,73% nesta tarde, contra 2,71% anteriormente, enquanto o prêmio pago pelo Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 avançava de 3,98% para 4,01% ao ano.

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Já os papéis indexados à Selic para 2024 e 2027 ofereciam remuneração acima da taxa básica de juros de 0,16% e 0,33%, respectivamente, as mesmas da sessão passada.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta sexta-feira (19):

Fonte: Tesouro Direto

Bolsonaro e Petrobras

No Brasil, o sentimento foi de maior aversão ao risco após as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na véspera.

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Durante live nas redes sociais, Bolsonaro anunciou ontem que, a partir de 1º de março, a cobrança de impostos federais sobre o gás de cozinha cairá a zero “para sempre”. Além disso, prometeu zerar por dois meses, contados a partir de 1º de março, os impostos federais sobre o óleo diesel.

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Segundo ele, o aumento anunciado na quinta-feira (18) pela Petrobras, o quarto do ano, é “fora da curva” e “excessivo”. “Não posso interferir nem iria interferir [na estatal]. Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias, tem de mudar alguma coisa”, afirmou. A empresa afirmou que não comentará a fala do presidente.

Bolsonaro afirmou também durante a transmissão ao vivo pelas redes sociais ontem que o dólar está com cotação alta e que, na sua visão, a moeda americana teria de baixar para o nível de R$ 5. Segundo o presidente, isso aconteceria com reformas estruturantes que possam “despertar, mais do que atenção, a segurança do investidor”.

“Ninguém vai comprar nada aqui no Brasil se tiver insegurança. Eu vou investir e não sei se vou ter o retorno no tocante a isso daí. Então nós vamos fazendo o possível, a gente espera, se Deus quiser, brevemente a gente acalme aqui as questões do mercado”, comentou Bolsonaro. Nesta manhã, o dólar operava em queda de 0,3%, cotado a R$ 5,42 para venda.

As atenções também recaíram sobre a sessão, marcada pela Câmara dos Deputados para esta sexta, às 17h, para decidir se mantém ou derruba a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi mantida ontem pelo juiz Airton Vieira, após audiência de custódia.

Silveira foi preso em flagrante na quarta-feira (17), após divulgar um vídeo em que defendeu o AI-5, mecanismo de repressão da ditadura militar que levou ao fechamento do Congresso e de Assembleias Legislativas de estados, a instituição da censura prévia, a destituição de parlamentares e a suspensão de direitos políticos de cidadãos considerados “subversivos”.

Quadro internacional

Na cena externa, os mercados repercutiram declaração da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, de que um grande pacote de estímulos econômicos para mitigar os impactos do coronavírus ainda é necessário para que a economia americana se recupere totalmente.

De acordo com Yellen, a proposta do governo do presidente democrata, Joe Biden, de US$ 1,9 trilhão em estímulos, poderia ajudar os Estados Unidos a voltarem ao patamar de pleno emprego em um ano. “Acredito que o preço em se fazer pouco é muito mais alto do que o preço em se fazer algo grande”, disse a secretária do Tesouro.

Os investidores também monitoraram os juros dos treasuries (títulos da dívida do Tesouro americano) com vencimento em dez anos, que superaram ontem a marca de 1,3%. Os juros tendem a aumentar junto à expectativa de inflação, à medida que investidores acreditam que bancos centrais podem reduzir suas compras de ativos, respondendo aos sinais de aceleração da economia.

Na Europa, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson deve conduzir uma reunião virtual com líderes importantes do G7, que reúne os países mais industrializados do mundo: Japão, Itália, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, França e Canadá. Ele deve anunciar a ambição de reduzir o tempo de desenvolvimento de novas vacinas em dois terços, para 100 dias.

Investidores reagiram ainda à divulgação do índice PMI (sigla em inglês para índice do gerente de compras) composto da Zona do Euro, que combina a atividade dos setores de manufatura e serviços, e que subiu de 47,8 pontos, em janeiro, para 48,1 pontos, em fevereiro. Qualquer leitura abaixo de 50 pontos indica retração da atividade; acima disso, expansão.

O InfoMoney vai premiar, nos dias 23 e 24 de fevereiro, os gestores de fundos de ações, multimercados, renda fixa e de fundos imobiliários que conseguiram entregar aos investidores retornos com consistência nos últimos três anos.

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