Petrobras eleva preço do diesel em 15% e da gasolina em 10% nas refinarias e anima analistas; entenda

Os analistas de mercado destacam que, após esse novo reajuste, a companhia praticamente fechará a lacuna de preços frente o mercado internacional

Lara Rizério

Alta menor da gasolina foi um dos itens que puxou a desaceleração no período

Publicidade

SÃO PAULO – Na manhã desta quinta-feira (18), a Petrobras (PETR3;PETR4fez um anúncio que gerou alívio para os investidores nas ações da estatal, em meio à polêmica sobre a política de preços que tomou conta do radar da empresa no começo de fevereiro.

A Petrobras confirmou reajuste para cima em 10% dos preços da gasolina e de 15% do óleo diesel em suas refinarias, que ficarão R$ 0,23 e R$ 0,34 mais caros a partir da sexta-feira (19). Com mais esse reajuste, o litro da gasolina passará a custar R$ 2,48 e o do diesel, R$ 2,58.

Com os novos reajustes, o litro da gasolina nas refinarias acumula variação positiva de 34,78% desde o início do ano, enquanto o diesel subiu 27,72% no mesmo período.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Os analistas de mercado destacam que, após esse novo reajuste, a companhia praticamente fechará a lacuna de preços frente o mercado internacional.

“Vemos o desconto do diesel agora em apenas 3,9%, enquanto o desconto da gasolina cai para apenas 1,8%. Vemos isso como uma notícia altamente positiva para a Petrobras, mitigando parte do risco. Se não houver forte reação por parte dos caminhoneiros, o risco de preços para Petrobras diminui significativamente”, apontam os analistas do Bradesco BBI. Recentemente, os analistas do banco cortaram a recomendação dos papéis para equivalente à neutra vendo um maior risco para a política de preços da empresa.

Já o Credit Suisse, que também aponta a notícia dessa forte alta como positiva, mas apontando que agora a desconto em relação à paridade de importação é de US$ 4 o barril para a gasolina (desconto de 5%) e de US$ 5 o barril para o diesel (desconto de 6%).

Continua depois da publicidade

A equipe de análise econômica da Ativa Investimentos rodou os modelos de defasagem após o anúncio do reajuste e estimou que ainda existe espaço potencial de nova elevação de preço no curto prazo.

Leia mais:
Dilema do diesel para Petrobras, pouca confiança na política de preços e recomendações rebaixadas

“Nosso melhor modelo aponta para um potencial reajuste, para cima, de mais 5%. Isso se dá uma vez que o preço da gasolina internacional segue sendo pressionado pelo preço do petróleo”, diz Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos. O economista ressalta ainda que a Petrobras pode não aumentar imediatamente os 5% que ainda faltam, mas que ainda há potencial para isso no curto prazo.

Em comunicado, a Petrobras enfatizou que mantém os seus preços alinhados aos do mercado internacional, o que, segundo a estatal, “é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”.

A companhia diz ainda que, em 2020, reduziu os preços em suas refinarias ao acompanhar as oscilações externas.

No último mês, a Petrobras foi criticada pelos caminhoneiros por supostamente reajustar demais o preço do diesel.

Ao mesmo tempo, um grupo de importadores reclama que a empresa está vendendo gasolina e diesel a preços muito baixos se comparado aos do mercado internacional, o que estaria comprometendo a concorrência.

A estatal, no comunicado desta quinta, em que anuncia o reajuste, mais uma vez enfatiza os seus argumentos de que mantém a política de paridade internacional, o que permitiria a competição no comércio interno.

Além disso, reafirma que o preço nas suas refinarias não é o único componente na formação do valor pago pelos consumidores na bomba. “Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”, afirma.

Contudo, apesar do ânimo inicial, com as ações chegando a saltar 4,5% na máxima intradiária, os papéis da Petrobras passaram a registrar queda ao longo do dia, também repercutindo a virada do petróleo para queda, interrompendo sessões de fortes altas para a commodity com a onda de frio no Texas (veja mais clicando aqui) afetando a produção. Às 17h (horário de Brasília), os ativos PETR3 caíam 0,88% (R$ 29,42), enquanto os papéis PN tinham baixa de 0,91%, a R$ 29,32.

(Com Agência Estado)

Para estrategista-chefe da XP, mudança histórica abriu oportunidade para um grupo específico de ativos na Bolsa. Clique aqui ou deixe seu e-mail abaixo para saber de graça como aproveitá-la.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.