O lutador Acelino Freitas, conhecido como Popó, perdeu R$ 1 milhão na Braiscompany, pirâmide financeira de Campina Grande (PB) que usava criptomoedas como isca para atrair vítimas. O atleta revelou o calote no programa Fantástico, da rede Globo, exibido no domingo (1).
Fundada em 2018 por Antonio Inacio da Silva Neto e sua esposa, Fabricia Farias Campos, a Braiscompany enganou milhares de vítimas em todo o Brasil ao prometer falsos rendimentos fixos de 8%, 9% e até 10% ao mês. A empresa, segundo a Polícia Federal (PF), movimentou ilegalmente R$ 2 bilhões nos últimos anos.
“Eu fui muito otário, fui muito besta e fui muito infantil. Porque não existe rendimento de 8% ao mês em nenhum lugar do mundo. Eu apanhei feio, e esse cara (Antonio) ganhou de muita gente por nocaute. Tem muita gente passando dificuldade e fome”, disse o lutador.
Mas Popó não foi o único famoso a perder dinheiro em fraudes envolvendo criptomoedas. Atletas, artistas, apresentadores e até filhos de celebridades também acreditaram nas falsas promessas de lucros e tomaram calote de milhões.
O ex-jogador Magno Alves, com passagens por Fluminense, Ceará e Seleção Brasileira, foi um dos mais prejudicados. O ex-craque teve um desfalque de R$ 32 milhões com a Braiscompany, segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o negócio fraudulento.
Outros dois jogadores de futebol – Mayke Rocha Oliveira, do Palmeiras, e Gustavo Scarpa, do clube inglês Nottingham Forest – alegam perdas de quase R$ 14 milhões na Xland, uma empresa do Acre suspeita de pirâmide com cripto. O caso também envolve o jogador Willian Gomes de Siqueira (Willian Bigode), acusado de participar do esquema. Bigode, no entanto, alega ser vítima.
Dois outros famosos que perderam dinheiro em golpes com ativos digitais foram a modelo Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, e o marido dela, João Figueiredo. Segundo processos judiciais, eles perderam R$ 1,2 milhão na Rental Coins, uma das empresas fundadas por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik das Criptomoedas“.
O apresentador Marcelo Tas também está na lista. Ele diz que tomou um calote de R$ 800 mil da Atlas Quantum, uma empresa de criptomoedas acusada de dar um calote de R$ 7 bilhões em 200 mil pessoas. Apesar da perda, Tas já fez propaganda para o esquema.
Um levantamento feito pelo InfoMoney mostra que, nos últimos cinco anos, pelo menos 23 empresas acusadas de serem pirâmides financeiras com criptoativos deixaram um rastro de prejuízo de cerca de R$ 40 bilhões no Brasil. O número estimado de vítimas é de quase 4 milhões.