Plataformas de criptomoedas pagaram até 47% em ‘dividendos’ no mês de agosto; veja ranking

Os dividendos vêm do staking, método que deposita juros para quem "empresta" cripto para ajudar na operação de blockchains

Lucas Gabriel Marins

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As plataformas de staking acumularam cerca de US$ 2 bilhões no mês de agosto, montante próximo do recorde histórico do início do ano passado, segundo dados da ferramenta DefiLlama. Em meio à alta, alguns projetos do segmento cripto pagaram até dois dígitos de “dividendos” para os investidores.

No mercado de ativos digitais, o staking se refere ao método de renda passiva que paga juros aos usuários que “emprestam” seus ativos digitais para determinada blockchain para ajudar na operação. Já os “dividendos” são justamente essas recompensas enviadas aos participantes que fornecem suas moedinhas.

O método, no entanto, é arriscado quando comparado à distribuição da parcela do lucro das empresas aos acionistas no mercado tradicional. Isso porque além de não existir nenhuma regulação, a prática exige conhecimento avançado no mercado cripto, principalmente se for feita diretamente nas plataformas de finanças descentralizadas.

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Exchanges centralizadas também oferecem a opção, mas, além de assumir o risco dessas empresas, os investidores têm acesso a juros menores.

Confira abaixo as plataformas que mais pagaram dividendos em agosto. As informações foram coletadas no site Staking Rewards.

Energi (NRG)

A Energi é uma plataforma cripto compatível com Ethereum (ETH), que usa smart contracts (contratos inteligentes) para gerir os recursos depositados por usuários. O NRG, seu ativo digital nativo, também atua como um token de governança para a exchange descentralizada Energiswap.

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Em agosto, o protocolo cripto pagou 47,08% de dividendos.

SifChain (EROWAN)

A Sifchain é uma exchange descentralizada que permite swap (troca) e staking entre o Ethereum e a rede Cosmos (ATOM). O EROWAN é seu token nativo, que tem funções de governança e de utilidade dentro da plataforma.

No mês passado, a plataforma cripto obteve 33,26% de recompensa real.

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Phala Network (PHA)

É um protocolo cripto que oferece um serviço de computação em nuvem descentralizado, que preserva a privacidade dos usuários. O projeto rivaliza com os serviços tradicionais do segmento, como Google Cloud e Amazon AWS.

O retorno do staking desse ativo em agosto foi de 14,53%.

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AssetMantle (MNTL)

AssetMantle é uma plataforma que dá aos usuários um kit de ferramentas para cunhar, guardar e negociar tokens não fungíveis (NFTs). O projeto também tem baixas taxas, quando comparadas às outras plataformas, e diz ter uma baixa pegada de carbono.

Os juros de staking de agosto foram de 14,31%.

e-Money (NGM)

É uma plataforma de pagamento baseada na rede Cosmos. Em seu site, diz que atua com a emissão de stablecoins lastreadas em moedas mundiais, como o euro e o franco suíço, além moedas escandinavas.

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Em agosto, a plataforma pagou 13,81% em dividendos para seus usuários.

Riscos

O staking pode ser uma opção lucrativa, mas os usuários precisam entender que é arriscado.

“Se alguém pega seus tokens e os transfere para essa plataforma, ela os controla e adivinhe o que acontece se falir? Você fica na fila do tribunal de falências”, disse o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC), Gary Gensler, no início deste ano, em tom de crítica ao staking e à exchange norte-americana Kraken.

Segundo orientações das exchanges Coinbase — que tem capital aberto nos Estados Unidos — e Binance — a maior do mundo em volume negociado — aos seus usuários, esses são os cuidados que devem ser tomados pelo investidor interessado na atividade.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney