Os 10 piores fundos DI do mercado têm 991 mil cotistas; você está nesta lista?

Fundos do Santander, do Banco de Brasília e da Caixa estão entre os mais caros e menos rentáveis no Brasil; retornos não alcançam sequer 50% do CDI

Mariana Zonta d'Ávila Beatriz Cutait

SÃO PAULO – Mesmo com a taxa básica de juros em patamares cada vez menores, inclusive com a possibilidade de caminhar para um nível abaixo dos 5% ao ano, um grupo de cotistas segue pagando muito caro para que bancos invistam seu dinheiro no produto mais simples do mercado: o fundo DI.

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Com taxas de administração que chegam a 5,0% ao ano e retornos históricos que não alcançam sequer 50% do CDI, fundos do Banco de Brasília, da Caixa e do Santander estão entre os dez piores do mercado. Ainda assim, esses produtos, todos de bancos de varejo, somam um patrimônio da ordem de R$ 104 bilhões e reúnem, juntos, 991,2 mil cotistas, que não só deixaram de ganhar muito dinheiro, como poderão ficar no negativo, daqui para frente.

Estudo da provedora de informações financeiras Comdinheiro mostra a lista dos fundos mais caros da indústria (com custos de 3,7% a 5,0% ao ano) e com os piores retornos, que variam de 12,3% a 46% do CDI desde o início de cada fundo. Nos últimos 12 meses, quando o CDI teve uma variação aproximada de 6,3%, o “melhor” fundo da lista rendeu apenas 3%, menos da metade do referencial.

Os 10 piores fundos DI

Bancos sob pressão

Até esta quinta-feira (19), a lista era encabeçada pelo fundo Santander Fic FI Inteligente RF Curto Prazo, com taxa de administração de 5,50% ao ano. Pressionado nas redes sociais depois da queda da Selic anunciada ontem à noite pelo Banco Central, o banco decidiu reduzir o custo para 2,7% ao ano.

Assim como os demais da lista, o fundo do Santander está longe de render 100% do CDI, quadro que se agrava com a Selic mais baixa. Se de fato a taxa básica de juros cair abaixo dos 5% ao ano, custos dessa ordem tornarão qualquer retorno insustentável.

“Cada vez que a Selic cai, a taxa de administração pesa proporcionalmente no fundo DI, então é uma questão importante”, destaca a planejadora financeira com certificação CFP Letícia Camargo.

Ela lembra que nos grandes bancos é mais difícil encontrar baixas taxas de administração, uma vez que, na maioria dos casos, bons produtos só são oferecidos para clientes mais endinheirados, como do segmento private.

Por outro lado, movimentos de corretoras independentes têm conseguido pressionar as instituições de varejo a se movimentarem. “Já vimos uma primeira rodada de diminuição de taxas, com algumas instituições lançando fundo DI sem taxa de administração”, lembra.

Letícia espera um movimento semelhante com o que aconteceu com os títulos do Tesouro Direto, em que os bancos cobravam taxas de administração (além do custo obrigatório de custódia da B3), mas foram “obrigados” a zerá-las, diante da estratégia mais agressiva das corretoras, que atraiu grande número de investidores. “Os bancos se mexeram e hoje grande parte deles já tem taxa zero para investir no Tesouro Direto”, diz.

Na opinião de Felipe Scheffler, sócio do escritório Messem Investimentos, com a queda das taxas de juros, o trabalho dos gestores ficará em maior evidência. “Em fundos mais básicos, como os do tipo DI, o investidor terá que encontrar taxas muito baixas ou então, buscará educação e conhecimento para escolher sozinho os ativos finais”, afirma.

Hoje o investidor brasileiro pode buscar produtos que entreguem 100% do CDI a partir de aplicações diretas no título público Tesouro Selic (com uma taxa única de 0,25% ao ano), em determinados CDBs (ainda que a maioria não tenha liquidez diária) e também em fundos DI, nos quais os custos podem pesar, além de haver a cobrança semestral de come-cotas.

Segundo Scheffler, seria aceitável pagar até 0,5% de taxa de administração em fundos DI, para que sejam competitivos com as demais opções do mercado. “Muitas vezes o investidor precisa de liquidez imediata, mas, quando ele consegue se planejar para ter um resgate maior, consegue opções com rentabilidades acima de 100% do CDI”, destaca.

Procurado pelo InfoMoney, o Banco do Brasil afirmou que os produtos citados se referem a fundos com movimentação automática, utilizados como ferramenta de apoio à gestão de fluxo de caixa para a rentabilização de recursos de curtíssimo prazo. “Fundos de movimentação automática não compõem a carteira sugerida ao cliente e não são considerados para avaliar a adequação da carteira de investimentos ao perfil do investidor”, escreveu o banco, em nota.

Os outros bancos citados ainda não se posicionaram sobre os custos dos fundos DI ofertados.

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