Localiza, Magalu, BR Distribuidora: as ações que a Verde está comprando em meio à crise

Gestora diz ver oportunidades na Bolsa brasileira, em juros reais e no S&P 500, nos Estados Unidos

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Com a queda dos mercados mundiais por conta dos fortes impactos econômicos da pandemia de coronavírus, a Verde Asset tem aproveitado para ir às compras de ações.

Com parcimônia, mas sem perder oportunidades, a gestora do lendário Luis Stuhlberger tem optado por aumentar as posições na bolsa americana, por meio do índice S&P 500, bem como em papéis descontados da Bolsa brasileira.

Durante teleconferência realizada pela Icatu Seguros nesta sexta-feira (27), Luiz Parreiras, gestor das estratégias multimercado e previdência, e Pedro Sales, gestor da estratégia de ações Brasil, disseram que, no Verde AM Icatu Previdência FIM, por exemplo, a posição em bolsa global, que em meados de fevereiro estava em cerca de 2%, hoje está perto dos 10%. Já o Verde AM Long Bias 70 Icatu Previdência FIM está com a exposição limite à classe de ações: 70%.

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Ações preferidas

No fundo Long Bias, Sales destacou que a seleção de ativos do portfólio não sofre muitas mudanças; há, porém, um rebalanceamento com nomes que a casa gosta, de forma a aproveitar portas de entrada.

Uma das grandes posições do fundo está no segmento de varejo, que não está concentrado em uma empresa específica, mas diluído entre nomes que a Verde considera “excelentes oportunidades”, buscando captar a recuperação nos próximos meses. Entre os papéis, Sales citou Vivara, Hering, C&A, Magazine Luiza e Mercado Livre.

O fundo também possui uma posição relevante em companhias de aluguel de carro, com grande participação de Localiza e menor em Locamerica. Há ainda BR Distribuidora que, na visão de Sales, oferece uma oportunidade “excepcional”. “Para voltar para o preço anterior, o papel teria que subir 100%. Então dá para ter uma alta muito relevante”, diz.

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No setor financeiro, a preferência da Verde é pela ação da Bolsa brasileira, a B3, que, segundo Sales, tem navegado muito bem neste cenário de crise, com aumento no volume negociado. Demais posições no segmento incluem XP Inc., Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco.

Em commodities, as blue chips Vale e Petrobras são as escolhidas, enquanto, no setor de planos de saúde, Sales mencionou NotreDame Intermedica, SulAmerica e Hapvida – ações que apresentaram uma queda relevante e nas quais a Verde aproveitou para ampliar as posições.

Sem detalhar nomes, Sales citou o setor elétrico, visto como mais defensivo no atual cenário.

Há oportunidades ainda no segmento de shopping centers, em papéis como BR Malls e Iguatemi, que oferecem um retorno de 10% ao ano acima da inflação, comprando a ação no momento atual, diz.

Multimercados

Na estratégia multimercado, Parreiras assinala que a preferência por ações americanas nos fundos multimercado da casa se deve ao espaço que os EUA ainda têm para fazer tanto políticas de taxas de juros quanto fiscais. Além disso, permite a compra das melhores empresas do mundo, aquelas com mais resiliência e geração de caixa que vão se sair melhor da crise, diz.

Em renda fixa, o fundo tem uma posição comprada em NTN-Bs (Tesouro IPCA+) no meio da curva de juros, com prazos de seis a dez anos, caso dos papéis com vencimentos em 2026 e 2028.

Há ainda posições aplicadas em juro nominal mais curto, como 2022 e 2023, exposição que o fundo carrega já um tempo e, segundo Parreiras, tem se mostrado ganhadora. “O mercado de renda fixa tem muito prêmio de risco em qualquer ponto da curva [de juro] para além de seis meses”, afirma.

O hedge (proteção) do fundo se dá por uma posição de 2% comprada em dólar. Esta, contanto, não é aumentada pela visão da Verde de que a moeda americana já está muito cara. “Prefiro alocar mais risco onde vejo mais potencial de ganho, e é no mercado acionário e, de alguma medida, no mercado de juros”, argumenta.

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