FII PVBI11 sobe 4% após anunciar oferta de R$ 350 milhões; Ifix fecha em queda

E mais: maiores altas e baixas de 2023; FIIs aumentam rendimentos na virada do semestre; PATL11 cai 4% após reportar inadimplência de inquilino

Wellington Carvalho

Publicidade

O FII de escritório VBI Prime Properties (PVBI11) foi o principal destaque da desta segunda-feira (3) entre os principais fundos imobiliários do mercado. A carteira subiu mais de 4% e encabeçou a lista das maiores altas do dia.

O desempenho ocorre após a gestão anunciar que realizará a quarta emissão de cotas do fundo, que pretende captar até R$ 350 milhões.

De acordo com comunicado ao mercado, o valor unitário dos novos papéis foi fixado em R$ 102,18 e a taxa de distribuição será de R$ 0,02, totalizando um preço de subscrição de R$ 102,20.

Continua depois da publicidade

Hoje, a cota do (PVBI11) foi negociada a R$ 102,17 e o valor patrimonial do fundo – espécie de preço justo – está em R$ 102,15 por cota, de acordo com dados do StatusInvest, plataforma de informações financeiras.

Cotistas com posição no final da sessão desta quarta-feira (5) terão direito de preferência na oferta, que poderá ser exercido entre os dias 7 e 19 de julho de 2023. O fator de proporção ficou em 28%.

Leia também:

Continua depois da publicidade

Ifix hoje:

Na sessão desta segunda-feira (3), o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – fechou com queda de 0,10%, aos 3.152 pontos. Confira os demais destaques do dia.

Maiores altas desta segunda-feira (3):

Continua depois da publicidade

Ticker Nome Setor Variação (%)
PVBI11 VBI Prime Properties Lajes Corporativas 4,21
RECT11 REC Renda Imobiliária Híbrido 2,13
JSAF11 JS Ativos Financeiros FoF 1,85
JSRE11 JS Real Estate Híbrido 1,84
QAGR11 Quasar Agro Agro 1,64

Maiores baixas desta segunda-feira (3):

Ticker Nome Setor Variação (%)
HGRE11 CSHG Real Estate Lajes Corporativas -5,1
VILG11 Vinci Logística Logística -4,17
PATL11 Pátria Logística Logística -4,16
TEPP11 Tellus Properties Lajes Corporativas -4,05
VTLT11 Votorantim Logística Logística -4

Fonte: B3

PATL11 tem queda após divulgar inadimplência de inquilino; TRXF11 finaliza compra do terceiro imóvel do Grupo Mateus

PATL11 cai 4% após reportar inadimplência de inquilino

O segundo semestre de 2023 começou com a luz amarela para pelo menos três fundos imobiliários que reportaram ao mercado atraso no pagamento de aluguéis. Um deles foi o Pátria Logística (PATL11), que, às 12h16, operava com queda de 5%.

Continua depois da publicidade

Segundo o fundo, A Rio Branco Alimentos – dona da marca Pif Paf – não efetuou o pagamento do aluguel de junho do imóvel Ribeirão das Neves, em Minas Gerais.

A locação, acrescenta a gestão do PATL11, representa cerca de 13% da receita imobiliária do fundo – ou aproximadamente R$ 0,09 por cota.

“Diante do exposto, informamos que a equipe de gestão já está tomando as medidas cabíveis para o recebimento do aluguel devido”, sinaliza fato relevante divulgado pelo Pátria Logística.

Continua depois da publicidade

Em dezembro de 2022, a locatária havia notificado o fundo que desocuparia o imóvel em junho de 2023 – o que não ocorreu. Neste momento, segundo o PATL11, a expectativa é que a efetiva desocupação seja realizada nas próximas semanas. Confira outros fundos que reportaram inadimplência. 

TRXF11 finaliza compra do terceiro imóvel do Grupo Mateus

O FII TRX Real Estate concluiu a compra de mais um imóvel negociado com o Grupo Mateus, aponta fato relevante divulgado pelo fundo.

A transação, iniciada em outubro do ano passado, previa a aquisição de três lojas da varejista que, posteriormente, seriam alugadas para a parte vendedora– operação conhecida como sale and leaseback.

No final de dezembro, o TRXF11 já havia finalizado a compra de dois dos imóveis, espaços localizados nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

Desta vez, a carteira concluiu a compra do imóvel Belém, operada sob a bandeira Mix Mateus. O prazo do contrato com a ex-proprietária e agora locatária é de 20 anos.

Pelo espaço, o fundo desembolsará R$ 60,5 milhões, sendo R$ 30 milhões pagos na assinatura da escritura e o saldo remanescente – de R$ 30,5 milhões – que deve ser quitado até o final deste mês.

Leia mais:

Giro Imobiliário: maiores altas e baixas da primeira metade de 2023; FIIs aumentam rendimentos na virada do semestre

FII de escritório surpreende, sobe 37% e tem maior alta do semestre; fundos ‘high yield’ caem até 48%

O FII Tellus Properties (TEPP11) fechou o primeiro semestre de 2023 com o melhor desempenho entre os principais fundos imobiliários do mercado. No período, a carteira acumulou ganhos de 37%, reforçando a expectativa de uma nova fase para os FIIs de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis.

O fundo faz parte do segmento de escritório, um dos mais prejudicados pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19. Diante da redução na circulação de pessoas, os FIIs de lajes corporativas tiveram nos últimos anos relevante perda de receita.

“Perdemos muitos inquilinos e chegamos a um pico na vacância (taxa de desocupação) do portfólio de 22% ao final de 2021”, relembra Daniel Takase, head de escritórios e imóveis de uso misto da Tellus.

O ciclo de alta da taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, que subiu de 2% no início de 2021 para os atuais 13,75% ao ano, também reduziu a atratividade desta classe de fundo.

Quanto mais elevado o indicador, mais rentável se torna a renda fixa, que atrai investidores da renda variável – inclusive dos FIIs. O movimento colabora com a desvalorização das cotas dos fundos, especialmente os de “tijolo”.

Diante do cenário, muitas carteiras tiveram de reduzir dividendos, perderam atratividade e valor na Bolsa. Até hoje, a maior parte delas ainda negocia abaixo do valor patrimonial.

A possibilidade cada vez maior de um corte na Selic, porém, tem animado os investidores e o otimismo fica evidente nos números do primeiro semestre do ano.

Considerando apenas os principais segmentos do mercado – os que reúnem pelo menos cinco representantes –, os fundos de Shopping acumularam, em média, valorização de 18% na primeira parte de 2023. Outras classes de FIIs de “tijolo”, como o logístico e híbridos, também se destacaram no período. Confira a lista completa.

Dividendos extraordinários: FIIs aumentam rendimentos na virada do semestre; confira quem vai pagar mais

O último dia útil do mês tradicionalmente é uma data especial para os investidores de FIIs, dado o grande número de fundos que anunciam o pagamento de dividendos. A expectativa do mercado aumenta mais ainda na virada do semestre, com a possibilidade de rendimentos extraordinários.

Considerando apenas os 111 fundos que compõem o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa –, 65 divulgaram na noite desta sexta-feira (30) o dividendo que será distribuído aos cotistas em julho. 23 deles elevaram o valor dos rendimentos na comparação com o mês anterior.

Pela lei, os fundos imobiliários são obrigados a distribuir no final do semestre 95% do lucro apurado no período – embora a maioria realize repasses mensais, como lembra Nathan Octavio, o Nod, criador do canal ClickInvest e especialista em FIIs.

“Em geral, isso ocorre porque o gestor opta por fazer uma distribuição mensal um pouco mais conservadora, de forma que o fundo tenha uma reserva em caixa para suportar qualquer problema que aconteça no semestre”, explica. “Desta forma, esse resultado acumulado pode ser distribuído no fim do semestre”, confirma.

Leia mais:

Entre os fundos que já anunciaram o dividendo de julho – referente ao resultado de junho e o eventual acumulado do semestre anterior – o FII CSHG Real Estate (HGRE11) foi o grande destaque. O fundo pagará no mês que vem R$ 1,40 por cota, acima dos R$ 0,78 do repasse anterior. Confira outras distribuições:

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.