DIVO11 ou BBSD11? Veja qual ETF é melhor para estratégia de dividendos

Ambos focam em melhores pagadoras de proventos, mas diferenças de metodologia e de negociação podem dar mais vantagem a um do que ao outro; entenda

Monique Lima

Publicidade

A estratégia focada em dividendos é uma das que mais atraem os investidores brasileiros, e a abordagem via ETFs (fundos de índice) é uma das mais recomendadas para iniciantes. Nessa seara, dois produtos se destacam na Bolsa: o DIVO11 e o BBSD11.

Com uma cota de ETFs como esses, é possível se expor a diferentes empresas conhecidas como boas pagadoras, para além das “vacas leiteiras” mais conhecidas, como a Petrobras (PETR4).

Eles têm a mesma estratégia de investimento em boas pagadoras de proventos, carteiras similares, e retornos parecidos desde o lançamento – na faixa dos 145% em dez anos. As diferenças, no entanto, podem influenciar diretamente na melhor escolha para o investidor.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O que muda entre DIVO11 e BBSD11

Uma das distinções importantes entre DIVO11 e BBSD11 está na oferta de liquidez.

Enquanto o DIVO11 tem liquidez média diária de R$ 1,02 milhão, o BBSD11 tem uma média de apenas R$ 23 mil. Os valores refletem o volume de negociações dos fundos: em agosto de 2023, foi de 11.581 para o DIVO11 e de 283 operações para o BBSD11.

Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos, afirma que essa é uma diferença relevante que torna um ativo mais caro que o outro, embora os preços da cota sejam próximos e a taxa de administração seja a mesma (0,50% ao ano).

Continua depois da publicidade

A taxa de administração de ambos são iguais, 0,5%, mas vai ficar muito mais cara em cima de um fundo que tem menos negócios e, consequentemente, menor patrimônio. Isso reflete na rentabilidade final do ativo”, diz Meira.

O patrimônio líquido do DIVO11 é de R$ 470 milhões, com 11,5 mil cotistas em setembro de 2023. Já o patrimônio do BBSD11 é de R$ 9,7 milhões, com 1,7 mil cotistas, no mesmo período.

Com opinião divergente, Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos, afirma que ambos os fundos têm liquidez para negociação, e que  diferença nos números indica apenas que um deles é mais voltado para carregar no longo prazo — o menor volume de negócios do BBSD11, portanto, não seria um problema.

Leia também: 

Continua depois da publicidade

De olho no horizonte

Os ETFs DIVO11 e BBSD11 têm como estratégia a captação de dividendos, mas eles não distribuem esses proventos para os seus acionistas – eles reinvestem. O objetivo é aumentar o patrimônio do fundo com os recursos e agregar aos acionistas na forma de valorização da cota.

É possível verificar o crescimento do investimento no desempenho de ambos os ETFs nos últimos quase dez anos. Desde o lançamento do DIVO11, em 2012, o fundo cresceu 154%, enquanto o BBSD 11, lançado em 2014, teve uma alta de 141%.

Fonte: Yahoo Finance

O DIVO11, cujo nome completo é It Now IDIV, replica a carteira do índice de dividendos da B3, IDIV. Em setembro de 2023, o fundo tinha 51 ações, mas 50% do peso era focado nas 12 principais participações em empresas como Petrobras, Copel (CPLE6), Gerdau (GGBR4), Vale e Cemig (CMIG4).

Publicidade

O BBSD11, de nome BB ETF S&P Dividendos Brasil, replica o índice S&P Dividendos Brasil. Sua carteira é mais seletiva, com 30 nomes, e posições baseadas em pagamentos dos últimos três anos, de forma constante e crescente.

Algumas de suas posições coincidem com o DIVO11, mas nem todas. Em setembro de 2023, ambos os fundos compartilhavam posições em 17 ações.

Algumas empresas investidas apenas pelo DIVO11 eram:

Continua depois da publicidade

“Não dá para dizer que uma carteira é melhor do que a outra. São metodologias diferentes. De modo geral, a tendência é que os resultados sejam próximos. O que pode melhorar os números de um fundo ou outro é a posição em alguma empresa específica que entregue um bom pagamento, mas são casos pontuais”, diz Noernberg.

Nos últimos dez anos, ambos os fundos conseguiram retornos próximos, que chegaram a superar até mesmo o ETF NOBL, ProShares S&P 500 Dividend Aristocrats, que é o fundo da aristocracia de dividendos dos Estados Unidos.

Fonte: Yahoo Finance

O NOBL cresceu 112,9% no período, enquanto o DIVO11 entregou 128% de retorno e o BBSD11, 115%. Já o Ibovespa ficou abaixo de todos, com 88,7% de crescimento. Entretanto, vale acrescentar: o NOBL paga dividendos aos seus acionistas, pois o fundo não tem a estratégia de reinvestimento dos proventos como seus similares brasileiros.

Publicidade

Leia também: 

DIVO11 ou BBSD?

Para Meira, da Valor Investimentos, o DIVO11 tem a vantagem de ter mais liquidez.

Além disso, embora ambos os ETFs tenham um retorno próximo considerando o período desde o lançamento, em uma janela menor, de cinco anos, o DIVO11 sai na frente, com 100,75% de retorno, contra 75,03% do BBSD11.

É uma diferença que vem da maior negociação do fundo. Tem mais gente comprando, tem mais estoque e gera mais retorno”, diz Meira.

Noernberg, da Manchester, não acredita na vantagem de um fundo em relação ao outro. Para ele, são metodologias diferentes e o investidor deve escolher de acordo com sua própria estratégia de investimentos.

“O BBSD11, que segue o índice do S&P, faz um cálculo mais rígido para escolher suas ações. Ele se baseia em três anos de pagamento, em que a empresa tem que entregar o mesmo volume de proventos ou mais. A ideia é uma continuidade maior, ser mais seletiva do que o DIVO11”, diz.

Nos dois casos, ele afirma que os ETFs são interessantes por diversificar a exposição em boas pagadoras de dividendos, que, de modo geral, são empresas com baixa alavancagem, forte geração de caixa e menor volatilidade na bolsa.

“É uma boa alternativa para investidores que não sabem como escolher uma empresa de dividendos ou não querem comprar um único ativo. São ETFs para se diversificar e manter para o longo prazo”, afirma Noernberg.

Veja resumo dos ETFs e principais diferenças:

ETF DIVO11 BBSD11
Nome IT NOW IDIV
BB ETF S&P Dividendos
Índice de referência IDIV
S&P Dividendos Brasil
Retorno – 5 anos 100,75% 75,03%
Retorno – lançamento 141,26% 154,44%
Negociações* 11.581 283
Liquidez média diária (R$)* 1.019.831 23.016
Patrimônio Líquido (R$)* 469.782.815 9.690.807
Taxa de administração 0,50% 0,50%
Nº de cotistas* 11.497 1.751

Fonte: Yahoo Finance/ Status Invest

*Dados de 28 de setembro de 2023