Como o fundo de ações que mais ganhou cotistas no 1º semestre está investindo agora?

Mesmo com uma queda da ordem de 25% desde que a crise começou, fundo Equitas Selection contou com a adição de 29,2 mil cotistas no ano até junho

Beatriz Cutait

SÃO PAULO – A queda da ordem de 25% desde que a crise começou não afastou os investidores do fundo de ações Equitas Selection. Pelo contrário, o portfólio contou com a adição de 29,2 mil cotistas e captação líquida de R$ 930 milhões no primeiro semestre, surpreendendo até mesmo o fundador e gestor da casa, Luis Felipe Amaral.

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O fundo ficou na primeira posição na categoria de ações entre os que mais conquistaram novos investidores entre janeiro e junho deste ano (leia mais aqui), ainda que tenha perdido dez mil cotistas desde o início da crise gerada pela pandemia de coronavírus, em 21 de fevereiro.

Para Amaral, o desempenho prévio do fundo contribuiu para a atração de investidores em um momento de forte queda.

O Equitas Selection foi um dos premiados no ranking de melhores fundos de ações do InfoMoney feito no início deste ano, em parceria com a escola de negócios Ibmec. Entre 2017 e 2019, o fundo entregou um retorno de 188,5% aos cotistas, bem acima da alta de 97,3% do Ibovespa no período.

Petrobras e Azul sob pressão

Segundo Amaral, a principal posição do fundo no semestre estava em Petrobras, cujas ações sofreram com a queda de preço do petróleo, também um dos principais eventos do período. Os papéis preferenciais da empresa caíram 28,6% na primeira metade do ano, enquanto os ordinários tiveram baixa de 30,2%.

A gestora diminuiu e depois decidiu deixar a exposição nas ações da estatal diante das incertezas.

“É sempre muito difícil fazer projeção de petróleo, mas a situação colocada parece levar a um preço mais baixo por um bom tempo”, diz o gestor, ressaltando que o novo patamar da commodity vai prejudicar as premissas que justificavam o investimento, vinculadas à gestão da empresa e aos seus planos de negócio.

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No setor de saúde, Intermédica, cujas ações ficaram estáveis na primeira metade do ano, respondia pela segunda maior posição do fundo no semestre. De olho na resiliência da empresa, a gestora decidiu aumentar a alocação no papel.

Outras companhias relevantes foram mais pressionadas na crise, caso de Iguatemi (com queda de 36,3% no semestre) e Lojas Renner (-25,3%), além de Localiza (-13,3%) e, no pior dos casos, Azul (-65,5%). “Essa crise veio com o meu número”, brinca Amaral.

A posição nos papéis da companhia aérea foi reduzida, mas não eliminada do portfólio. Para o gestor, a queda foi desproporcional e a visão de que a Azul é a melhor operadora do setor aéreo brasileiro permanece.

“É a empresa mais bem operada, mais eficiente, e que conseguiu montar um negócio com um modelo mais capilar, chegando em regiões diferentes de outras empresas”, diz.

Agora, Amaral está de olho em anúncios de capitalizações por parte das aéreas e até em uma consolidação do setor.

Com a baixa generalizada na Bolsa, a Equitas ainda aproveitou para montar uma pequena posição em CVC, empresa da qual tinha saído no início de 2019, e em Via Varejo.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.