Com ruídos fiscais, taxas do Tesouro Direto sobem nesta terça-feira

Em dia da divulgação do IPCA de janeiro, investidores monitoraram discussões acerca de novo auxílio emergencial no Brasil

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta terça-feira (9), com os investidores repercutindo as preocupações com o risco fiscal em meio a discussões sobre um novo auxílio emergencial no país. O dia também foi marcado pela divulgação de dados de inflação em janeiro.

O Tesouro Prefixado com vencimento em 2026 pagava um prêmio anual de 7,11% nesta tarde, ante 6,99% ontem. O prêmio oferecido pelo mesmo papel com juros semestrais e prazo em 2031, por sua vez, avançava de 7,64% para 7,74% ao ano.

Entre os títulos atrelados à inflação, o com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 2,73% nesta tarde, ante 2,65% a.a. anteriormente. Já o juro pago pelo Tesouro IPCA+ 2045 subia de 3,55% para 3,60% ao ano.

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Destaque para a alteração no rol de títulos disponíveis para compra, com mudanças nos vencimentos de papéis negociados pela plataforma. Saiba mais aqui.

Os títulos Tesouro Prefixado 2024, Tesouro Selic 2024 e Tesouro Selic 2027 substituíram os papéis Tesouro Prefixado 2023 e Tesouro Selic 2025, que deixam de ser negociados.

Nesta terça, o título prefixado com prazo em 2024 pagava 6,52% ao ano, enquanto os papéis indexados à Selic com prazos em 2024 e em 2027 ofereciam remunerações acima da Selic em 0,15% e 0,32%, respectivamente.

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Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (09):

Fonte: Tesouro Direto

Auxílio emergencial e inflação

Entre os destaques do dia na cena doméstica, os investidores monitoraram as discussões acerca da extensão dos benefícios fiscais no país.

Ontem, em entrevista à TV Band, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou de tom sobre o auxílio emergencial e afirmou que acha possível uma prorrogação.

O presidente deu, no entanto, poucos detalhes sobre como se daria a continuação do programa, afirmando que está em estudo uma “linha de corte” para restringir o número de pessoas atingidas.

Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a equipe econômica fala sobre a possibilidade de pagar mais três parcelas de R$ 200 a parte dos beneficiários do auxílio original. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que apenas metade das pessoas atendidas em 2020 devem receber eventuais novos repasses.

Destaque também para a divulgação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,25% em janeiro na comparação com dezembro. O dado veio abaixo da estimativa dos economistas consultados pela Bloomberg, de alta de 0,31%.

Nos acumulado em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,56%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alimentos e bebidas continuaram a puxar os preços para cima, mas com menos força, e com a mudança de bandeira nas contas de energia elétrica e as quedas nos preços de passagens aéreas ajudando a segurar a inflação.

Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel, registrou inflação de 2,58% em janeiro deste ano. A taxa é maior que as de dezembro (0,96%) e janeiro de 2020 (0,48%). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 12 meses o acumulado é de 25,71%.

A alta de dezembro para janeiro foi puxada pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, cuja inflação subiu de 0,90% para 3,38% no período.

Cena internacional

No quadro externo, o Senado dos Estados Unidos começou a julgar nesta terça o impeachment contra o ex-presidente Donald Trump, acusado de “incitação à ressureição”, por ter, de acordo com os defensores do impeachment, incentivado a invasão do Capitólio em Washington em 6 de janeiro.

Na Europa, as atenções recaíram sobre um estudo que apontou que a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca oferece “proteção mínima” contra casos moderados a severos de Covid-19 causados pela mutação do coronavírus encontrada na África do Sul.

A notícia levou o país a suspender a aplicação da vacina. Agora, a AstraZeneca se prepara para adaptar sua vacina à nova variante.

Com críticas internas ao ritmo de vacinação, a União Europeia finalizou ontem um acordo com Pfizer e BioNTech para garantir a oferta de mais 300 milhões de doses da vacina que as farmacêuticas desenvolveram conjuntamente contra a Covid.

Já na Ásia, mercados monitoraram novas diretrizes antimonopólio divulgadas no final de semana na China.

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