Central de FIIs: Ifix inicia semana em queda e já acumula perdas acima de 10% no ano

Confira as informações que influenciam na indústria dos fundos imobiliários hoje

Wellington Carvalho

(conceptualmotion/ Getty Images)

Publicidade

SÃO PAULO – Os investidores de fundos imobiliários acompanharam mais uma sessão de queda para os ativos. Nesta sexta-feira (22), o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – seguiu a tendência do mercado e fechou no negativo, com perdas de 0,49%, aos 2.581 pontos. No mês, o indicador registra perdas de 3,52% e, no ano, de 10,05%.

Os investidores monitoraram as novas perspectivas para os juros e a elevação dos preços no País. Os dados constam no relatório Focus, divulgado nesta manhã pelo Banco Central. Outro assunto no radar é o volume de imóveis vendidos no terceiro trimestre, que caiu quase 10% na comparação com o mesmo período do ano passado (leia mais ao longo do Central de FIIs).

O mercado financeiro elevou, pela 33ª semana, suas projeções para a inflação este ano, desta vez de 9,77% para 10,12%. As estimativas para o indicador em 2022 também tiveram piora, de 4,79% para 4,96%, na 18ª semana consecutiva.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Em meio à forte pressão inflacionária, os economistas ouvidos pelo BC elevaram suas expectativas para os juros em 2022 e agora veem a Selic encerrando o próximo ano em 11,25% ao ano, acima dos 11% esperados no levantamento anterior.

Para dezembro deste ano, a estimativa para a taxa básica de juros foi mantida em 9,25% ao ano. A expectativa é de novo aumento de 1,5 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de dezembro.

Leia mais: 

Continua depois da publicidade

A elevação da Selic eleva a rentabilidade das aplicações de renda fixa, que se tornam mais atrativas e acabam estimulando a migração dos investidores posicionados em ativos com maior risco, como os fundos imobiliários. O movimento, tradicionalmente, pressiona as cotações dos FIIs.

Maiores altas desta segunda-feira (22):

Ticker Nome Setor Variação (%)
FLMA11 Continental Square Faria Lima Híbrido 3,36
KISU11 KILIMA Títulos e Val. Mob. 1,82
BRCR11 BC FUND Híbrido 1,69
RFOF11 RB Capital Títulos e Val. Mob. 1,66
BTCR11 BTG Pactual Credito Imobiliario Títulos e Val. Mob. 1,4

Maiores baixas desta segunda-feira (22):

Ticker Nome Setor Variação (%)
TEPP11 Tellus Properties Lajes Corporativas -4,44
AIEC11 Autonomy Edifícios Lajes Corporativas -3,86
BPFF11 Brasil Plural Absoluto Títulos e Val. Mob. -3,48
XPML11 XP Malls Shoppings -2,82
SARE11 Santander Renda Híbrido -2,4

Fonte: B3

GGR suspende nova oferta, CSHG confirma compra de 110 apartamentos e mais assuntos

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

CSHG (HGRS11) confirma investimento de R$ 160 milhões em áreas nobres de São Paulo

O fundo CSHG Residencial confirmou a aquisição de 110 unidades residenciais em regiões nobres da capital paulista. No dia 16 de novembro, o fundo havia assinado compromisso de compra dos imóveis e agora adquiriu definitivamente os direitos dos apartamentos. O negócio está avaliado em R$ 160 milhões.

O fundo deve pagar R$ 51 milhões em 43 unidades do JML 747, na Rua José Maria Lisboa, no Jardim Paulista. Os imóveis totalizam uma área privativa de 2,9 mil metros quadrados. De acordo com comunicado ao mercado, as obras do condomínio já foram finalizadas.

Na zona oeste da cidade, o CSHG também investirá R$ 106 milhões em 67 unidades do Faria Lima, empreendimento localizado na Rua Henrique Monteiro, região da Rebouças. O espaço atualmente está em fase de obras e deverá ser concluído no primeiro semestre de 2022. Juntas, as unidades somam 7 mil metros quadrados.

O fundo explica que os ativos foram desenvolvidos e construídos seguindo os mais altos padrões de construção e acabamento e serão destinados à locação residencial de médio e longo prazos. O contrato prevê a entrega das unidades mobiliadas, incluindo acabamento, mobiliário, enxoval e utensílios completos de alto padrão.

GGR (GGRC11) suspende emissão de novas cotas prevista em R$ 200 milhões

O fundo GGR Covepi suspendeu, por prazo indeterminado, o cronograma para a 5ª emissão de novas cotas, anunciada no dia 25 de outubro de 2021. A previsão era para uma captação de quase R$ 200 milhões.

O fundo descarta prejuízo para os cotistas interessados em exercer o direito de preferência. Segundo comunicado ao mercado, um novo período para o exercício do direito será disponibilizado com a mesma data base, dia 28 de outubro de 2021.

O GGR, que investe em imóveis dos segmentos industrial e logístico para a obtenção da renda de aluguéis ou ganho de capital com vendas futuras, promete divulgar oportunamente o novo cronograma da oferta.

Com 96.344 cotistas, o fundo tem desempenho negativo nos últimos 12 meses, com queda de 17%. No período, o retorno com dividendos está na casa de 8%.

REC Renda Imobiliária (RECT11) tem novo inquilino em edifício em Santos

O fundo REC Renda Imobiliária acertou a locação dos conjuntos 81 e 82 do condomínio Edifício Parque Ana Costa, em Santos (SP). Juntas, as duas unidades do imóvel somam uma área de 291 metros quadrados.

O contrato de locação, que tem prazo de três anos, foi fechado com uma pessoa física, que terá as informações protegidas em respeito Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.

De acordo com o último relatório gerencial, divulgado no início de novembro, a vacância do REC Renda Imobiliária estava em 17%. O portfólio do fundo conta com uma área bruta locável (ABL) de 90 mil metros quadrados.

Entre os atuais inquilinos do Edifício Parque Ana Costa, estão nomes com Caixa Econômica Federal, CPFL e GTR Sports.

Dividendos de hoje

Confira os fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta segunda-feira (22):

Ticker Fundo Rendimento (R$)
(MORE11) More Real Estate 0,65

Fonte: InfoMoney

Giro imobiliário: conheça os lobos solitários dos fundos imobiliários; vendas de imóveis caem quase 10%

Vendas de imóveis caem quase 10% no terceiro trimestre

As vendas de unidades residenciais caíram 9,5% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2020. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (22) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Em relação ao segundo trimestre deste ano, as vendas registram queda de 11%.

Em relação aos lançamentos, houve um acréscimo de 13,6% na comparação como o terceiro trimestre do ano passado e, 7%, em relação ao segundo trimestre de 2021.

Durante o período, a CBIC aponta forte retração nos números do Casa Verde e Amarela, programa habitacional do governo federal. As vendas caíram 19% no terceiro trimestre se comparadas ao volume registrado no mesmo período de 2020. Na comparação com o trimestre anterior, houve queda de 15%.

Na avaliação de José Carlos Martins, presidente da CBIC, a inflação na construção civil tem inviabilizado a aquisição dos imóveis mais populares. “O aumento de custo dos insumos força a elevação do preço do imóvel e o novo valor não cabe no bolso da família”, explica.

Mesmo com o desempenho adverso no terceiro trimestre, Martins lembra que o setor imobiliário deverá fechar 2021 como saldo positivo em termos de vendas e lançamentos. No acumulado do ano, as vendas ainda somam um crescimento de 22% e os lançamentos, alta de 37%.

Apesar dos números positivos de janeiro a setembro, Martins avalia que o resultado do terceiro trimestre é emblemático e serve de alerta para a necessidade de medidas para conter o aumento dos insumos na construção.

Agências bancárias, universidades, desenvolvimento: conheça os “lobos solitários” dos fundos imobiliários

Nos últimos anos, fundos imobiliários de logística, lajes corporativas, shoppings e de “papel” (que investem em ativos financeiros do setor imobiliário) se tornaram os mais numerosos, conhecidos e acompanhados do mercado. Com isso, FIIs que, no passado, eram “clássicos” da indústria aos poucos se transformaram em “lobos solitários”, exemplares quase únicos de segmentos específicos.

Dos 103 fundos que compõem o Ifix – índice de fundos imobiliários mais negociados na B3 –, metade (51) são de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) ou FoFs, como são conhecidos os fundos de fundos. Em 2012, eles eram apenas três das 45 carteiras incluídas então no Ifix.

Os fundos de logística, de lajes corporativas, de shoppings e os híbridos (que mesclam ativos de mais de um segmento) são 47 dentre os que compõem o Ifix. Todos os demais segmentos de fundos imobiliários somam apenas cinco representantes.

Um dos setores que ficou para trás nessa transformação foi o de fundos imobiliários de agências bancárias. “Por muito tempo, o segmento foi bastante popular. Não havia sinalização da digitalização dos bancos e, por isso, bons contratos de longo prazo foram assinados”, diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.

“Agora, com o fechamento cada vez maior de agências, fica difícil manter o padrão de rendimento do passado e dos contratos, que começam a vencer”, avalia.

Leia mais: 

CDB com 300% do CDI? XP antecipa Black Friday com rentabilidade diferenciada para novos clientes. Clique aqui para investir agora!

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.