Central de FIIs: Ifix inicia último mês do ano com alta de 0,11%

Confira as informações que influenciam na indústria dos fundos imobiliários hoje

Wellington Carvalho

(Sushiman/Getty Images)

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A primeira sessão do último mês do ano começou no campo positivo para os fundos imobiliários. O IFIX – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – encerrou o pregão desta quarta-feira (01) em alta de 0,11%, aos 2.581 pontos. Na semana, o indicador acumula 1,56% e, no ano, 10,06%.

Dezembro, porém, chega também com dois fundos informando ao mercado atraso no recebimento de aluguéis.

De acordo com fatos relevantes divulgados nas últimas horas, Banco do Brasil (BBAS3) e Johnson & Johnson atrasaram o pagamento para os fundos BB Progressivo (BBFI11B) e VBI Properties (PVBI11), respectivamente. O atraso impactará negativamente na próxima distribuição de dividendos das duas carteiras (leia mais ao longo do Central de FIIs).

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O otimismo da sessão desta quarta-feira (1) contrasta com o desempenho do Ifix nos últimos meses. Em novembro, o indicador completou, pela primeira vez desde que foi criado, em 2012, quatro meses consecutivos de queda.

Maiores altas desta quarta-feira (01):

Ticker Nome Setor Variação (%)
HGRE11 CSHG Real Estate Lajes Corporativas 7,95
FLMA11 Continental Square Faria Lima Híbrido 4,3
LVBI11 VBI Logistico Logística 4,27
MALL11 Malls Brasil Plural Shoppings 3,38
BRCO11 BRESCO Logística Logística 3,03

Maiores baixas desta quarta-feira (01):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
XPML11 XP Malls Shoppings -3,77
BCFF11 BTG Pactual Fundo de Fundos Títulos e Val. Mob. -2,86
MORE11 More Real Estate Títulos e Val. Mob. -2,83
XPLG11 XP Log Logística -2,53
HABT11 Habtat II Títulos e Val. Mob. -2,39

Fonte: B3

Fundos trocam IGP-M por IPCA, reavaliação de imóveis indica valorização para fundos e mais assuntos

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

Banco do Brasil e Johnson & Johnson atrasam aluguel de BB Progressivo (BBFI11B) e VBI (PVBI11)

A Johnson & Johnson do Brasil, empresa da área de saúde, não efetuou o pagamento do aluguel de novembro da área que aluga no condomínio edilício Complexo JK, na região da Faria Lima, coração financeiro de São Paulo. O imóvel é do fundo VBI Properties, que confirmou o atraso em fato relevante nesta quarta-feira (01).

De acordo com o último relatório gerencial, a Johnson & Johnson ocupa 12% da ABL do fundo, de 44 mil metros quadrados. A participação é menor apenas do que a da Prevent Senior, operadora de saúde, que ocupa 49% da área locável do VBI. Em função do atraso, o fundo estima um impacto negativo na próxima distribuição de rendimentos de aproximadamente R$ 0,02 por cota.

O fundo BB Progressivo também comunicou aos cotistas nesta terça-feira (30), em fato relevante, que não havia recebido o aluguel referente ao mês de novembro do imóvel Centro Administrativo, no Rio de Janeiro (RJ). O espaço está alugado para o Banco do Brasil.

O atraso no pagamento da locação causará uma redução nos rendimentos distribuídos mensalmente de R$ 5,19 por cota. A administradora do BB Progressivo informou ainda que está em contato com a locatária e tomará as medidas necessárias para solucionar o problema.

Com patrimônio líquido de R$ 329 milhões, o fundo tem hoje 8.223 cotistas. Além do Centro Administrativo, o BB Progressivo ainda conta com outro imóvel na carteira, o SEDE I, em Brasília. No final do mês de setembro, a taxa de vacância do portfólio estava em 72%.

SP Downtown (SPTW11) e Tellus (TEPP11) trocam indexador de contrato de locação

O fundo SP Downtown confirmou a troca do indexador do contrato de locação do imóvel Badaró, no centro de São Paulo (SP), alugado para a Atento, empresa da área de call center.

Nos próximos 12 meses, o fundo adotará o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ao invés do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), previsto até então no contrato, para a correção do valor do aluguel.

Segundo comunicado ao mercado, o IGP-M não tem refletido a realidade brasileira. Em 12 meses, o índice acumula alta de 17,89% contra 10,67% do IPCA. Em novembro, porém, o IPCA subiu 1,25% enquanto o IGP-M se manteve praticamente estável, com alta de 0,02%. Com a troca e os resultados do mês passado, o SP Downtown calcula que a próxima distribuição de rendimento será aumentada em R$ 0,04 por cota.

A negociação para a mudança de índice de correção do contrato envolveu também a prorrogação da vigência do contrato de locação do imóvel, de 2027 para a 2030.

O fundo Tellus Properties, por sua vez, seguiu a mesma linha do SP Downtown e anunciou a mudança do IGP-M para o IPCA em três contratos de locação nos edifícios São Luiz e Torre Sul, ambos em São Paulo. A negociação envolveu os inquilinos Allpark Empreendimentos, Sertrading e o banco Santander.

No médio prazo, a estimativa do fundo é de um impacto positivo na distribuição mensal de rendimento equivalente a R$ 0,015 por cota.

Laudo aponta aumento de 1,5% no valor dos imóveis do CSHG Logística (HGLG11)

O Credit Suisse realizou a avaliação anual dos imóveis do fundo CSHG Logística e o laudo apontou aumento de 1,5% no valor contábil dos ativos. O laudo foi realizado pela Cushman & Wakefield Negócios Imobiliários.

A diferença apontada pela avaliação representa uma variação positiva de aproximadamente 0,91% no valor patrimonial da cota, com base no fechamento de 29 de outubro de 2021. O portfólio do CSHG é composto por 17 imóveis logísticos que somam uma área bruta locável (ABL) de 870 mil metros quadrados.

O Credit Suisse já havia realizado a avaliação anual dos imóveis de outros fundos que administra. O destaque ficou para os ativos do CSHG Prime Offices (HGPO11), que tiveram o valor elevado em 12,31% na comparação com o valor contábil dos ativos. O índice representa um impacto positivo de 11,67% no valor patrimonial da cota do fundo.

Rio Bravo (RCRB11) conclui compra de andares do Edifício JK

O fundo Rio Bravo Renda Corporativa concluiu a aquisição de cinco andares – 8º, 9º, 10º, 11º e 12º – e vagas de garagem do Edifício JK Financial Center, na avenida Presidente Juscelino Kubitschek, em São Paulo.

Nesta terça-feira (30), o fundo assinou a escritura de compra e realizou o pagamento do valor remanescente de R$ 100 milhões. O Rio Bravo já havia depositado R$ 24 milhões como uma espécie de adiantamento do negócio.

O valor total da operação, que envolve uma área de quase cinco mil metros quadrados, é de R$ 124 milhões. O fundo já era proprietário de outros seis andares do edifício e, com a nova aquisição, aumenta a participação no imóvel de 39% para 73%.

Na avaliação da gestão do Rio Bravo, a compra é uma oportunidade para ampliar participação em um ativo relevante na estratégia do fundo e localizado em uma região conhecida como “coração financeiro” de São Paulo, com níveis de vacância historicamente baixos.

O JK Financial Center, que agora tem o Rio Bravo como investidor majoritário, está 100% locado para empresas como Wald, Finep, Lifetime e Arteris. O fundo promete informar, após a conclusão do negócio, o impacto da compra na distribuição de rendimentos para os cotistas.

Fundos Imobiliários: tudo o que você precisa saber para começar a investir

Giro imobiliário: FIIs que se destacaram em novembro, carteira de fundos imobiliários do Pit Money e mais

SP Downtown lidera ganhos em novembro e Santander Renda é destaque negativo

Os dados de novembro dão uma boa dimensão do atual momento enfrentado pelos fundos imobiliários. Das 20 sessões do mês, o Ifix operou no campo positivo em apenas quatro. O indicador acumulou queda de 3,63% no período. Foi o pior mês desde março de 2020, início da pandemia do coronavírus.

Outro dado que traduz o momento adverso dos fundos imobiliários indica que, pela primeira vez desde que foi criado, em 2012, o Ifix acumulou quatro meses consecutivos de queda.

Individualmente, o fundo SP Downtow (SPTW11) foi o grande destaque de novembro com valorização de 11% no período. Na outra ponta, o fundo imobiliário com a pior performance foi o Santander Renda de Aluguéis (SARE11), que amargou queda de mais de 17%.

Leia mais:

Conheça a carteira de fundos imobiliários do Lucas Pit Money

Liga de FIIs desta terça-feira (30) abriu e analisou a carteira de fundos imobiliários do Lucas Pit Money, investidor, fundador da casa de análise Inside e dono de um canal no YouTube com 366 mil inscritos. Apesar da desvalorização das cotas nos últimos meses, Pit Money reforça o discurso de que o momento está muito favorável para aumentar a exposição em fundos imobiliários.

Produzido pelo InfoMoney, o Liga de FIIs tem apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e de Wellington Carvalho, repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. O programa vai ao ar às terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube.

Na lista dos fundos imobiliários preferidos do Pit Money estão o Kinea Renda Imobiliária (KNRI11), o XP Log (XPLG11), o CSHG Real Estate (HGRE11), o XP Properties (XPPR11) e o XP Malls (XPML11). Confira a análise dos ativos e as dicas de Pit Money para os investidores de fundos imobiliários no vídeo abaixo:

Fundos imobiliários de renda residencial: cotações não acompanham otimismo dos gestores

Consolidados em outros países, os fundos imobiliários brasileiros focados na renda do aluguel de imóveis residenciais deram um susto quando a pandemia de coronavírus começou, em 2020. A inadimplência dos inquilinos aumentou rapidamente, assim como a vacância, com um maior número de unidades vazias. O segmento, ainda pouco disseminado no País, causou temor entre os investidores. Como se comportaria diante de tamanha crise?

O que se passou desde então indica que a recuperação operacional foi rápida, ainda que a valorização das cotas não tenha seguido no mesmo ritmo. As perspectivas para esse tipo de FII são positivas, apesar do cenário turbulento para a economia previsto para os próximos meses e ano. Na verdade, inflação e juros altos não se revelaram exatamente um problema para os negócios dessa categoria de fundos

“No próximo ano, com a subida das taxas de juros, comprar um imóvel de médio ou alto padrão não será tão simples como foi nos anos anteriores”, diz Gabriela da Costa Belo, head de relações com investidores do Luggo (LUGG11), que se intitula o primeiro fundo imobiliário 100% residencial do Brasil. É porque, neste caso, a locação seria a alternativa imediata de moradia.

Porém, se inflação e juros altos representam oportunidades para os FIIs residenciais na economia real, isso está custando a se refletir na Bolsa. Assim como outras classes de fundos imobiliários, o segmento acumula desvalorização – que, em alguns casos, chega a superar 30% no ano.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.