CDBs ganham espaço nos portfólios de pessoas físicas, em meio a busca por ativos mais seguros

Volume financeiro em CDBs cresceu 48% entre os investidores do segmento varejo "alta renda" no primeiro semestre; no private, aumento superou os 52%

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO –  Em um cenário de grande incerteza, o investidor pessoa física redistribuiu, no primeiro semestre, seus investimentos, ampliando posições em ativos mais conservadores. É o que mostra um levantamento divulgado nesta quinta-feira (6) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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No período, o produto destaque entre os investidores foi o Certificado de Depósito Bancário (CDB) que, embora represente uma pequena fatia no total das carteiras – 9,4% no varejo tradicional, 16,2%, no varejo “alta renda” e 17,3%, no private –, foi o ativo que teve maior variação positiva, de volume financeiro, entre os meses de janeiro e junho deste ano.

No varejo tradicional, o aumento foi de 17,1%, enquanto, no “alta renda”, a participação do produto cresceu 48,4% nos portfólios.

A variação foi ainda maior no segmento private, com alta de 52,5%. No mesmo período do ano anterior, o crescimento tinha sido de apenas 2,8% ante os primeiros seis meses de 2018.

“O CDB tem características de um investimento considerado ‘porto seguro’; tem garantia do FGC para até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira, e pode oferecer liquidez diária para o investidor, o que dá um maior conforto diante de um momento de pandemia como esse”, afirmou José Ramos, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, durante teleconferência com jornalistas.

Ele destaca que, diante de um sentimento de maior insegurança, por conta da crise, o investidor tem preferido produtos mais seguros e líquidos, abrindo mão de rentabilidade em outras classes de produtos.

Em junho, o varejo tradicional alcançou um patrimônio recorde de R$ 1 trilhão, um aumento de 10% em relação a dezembro de 2019. O varejo alta renda somou R$ 995,7 milhões, enquanto o segmento private totalizou um volume de R$ 1,3 trilhão no período.

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Poupança ganha espaço nos portfólios

Quando analisadas as diferentes classes, o único produto que ganhou espaço na carteira dos investidores pessoas físicas no primeiro semestre foi a caderneta de poupança, mesmo com baixa rentabilidade, de 1,38% na primeira metade do ano, ante variação de 1,75% do CDI. No ano, os ganhos são de 1,51%, ante variação de 1,98% do principal benchmark de renda fixa.

Dos 24,1% do portfólio que ocupava nas carteiras em dezembro de 2019, a aplicação ampliou sua participação para 25,9%, em junho deste ano.

As demais classes, por sua vez, ficaram praticamente estáveis: renda fixa com a maior fatia, de 37,8%, investimentos híbridos (fundos multimercados, COE e fundos imobiliários), com 17,7%, renda variável, com 14,2%, e outros, com participação de 4,4%, em junho.

“A pandemia trouxe a busca por ativos considerados mais seguros e temos ainda um pensamento, mesmo no varejo alta renda, de que a poupança é um desses produtos”, afirma Ramos, que destaca a caderneta como uma porta de entrada para o investidor.

Na avaliação do executivo, o aumento significativo nos volumes se deve aos dispositivos de auxílio emergencial promovidos pelo governo que estão sendo utilizados pelas famílias para a sustentação dos gastos. Com a demora na retomada dos níveis de emprego, a expectativa é de que essa “reserva técnica” seja consumida, diz.

Confira, a seguir, como investiam, em junho, os investidores do varejo tradicional, “alta renda” e private:

Mudança de tendência

Passado o “fundo do poço” da crise, Ramos acredita que a tendência a partir de agora deve ser de busca por investimentos mais arrojados, como ações, fundos multimercado, de crédito privado, imobiliários e até FIPs, que investem em empresas, algumas com foco específico em tecnologia.

“A Selic nesse patamar, com juros reais negativos, deve impulsionar investidores a buscarem investimentos que possam trazer melhores retornos e isso não foge dos de maior risco”, diz.

Segundo ele, o mercado deve ver uma estabilização na redistribuição de produtos mais conservadores, que foram os mais procurados no primeiro semestre, invertendo a busca para aqueles de melhor retorno.

Segundo a Anbima, não há um valor determinado em aplicações para diferenciar o investidor de varejo tradicional do de alta renda. A regra é definida individualmente pelas instituições financeiras. Para o segmento private, contudo, são considerados investidores que possuem um patrimônio investido acima de R$ 3 milhões.

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