Bolsa em alta e juros em queda seguem como oportunidade para investidor, dizem XP e Occam

Gestoras apontam maior otimismo com a economia, apesar de reforçarem proteção com relação à mudança no cenário externo

Beatriz Cutait

Guilherme Benchimol e Gabriel Leal, da XP Investimentos, em evento no Rio de Janeiro (Bruno de Lima/Divulgação)

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RIO DE JANEIRO – Com uma visão mais otimista sobre a economia brasileira, a XP Investimentos segue enxergando valor na Bolsa, tanto pela parte da gestão (XP Asset) quanto de análise. Em evento realizado nesta manhã no Rio de Janeiro, Karel Luketic, estrategista-chefe e sócio da XP investimentos, destacou que a casa vê espaço para pelo menos duas quedas de juros no Brasil e destacou a necessidade de mudança de alocação do investidor brasileiro, com um perfil histórico mais conservador e apegado à renda fixa.

“O brasileiro tem que sair da inércia, ter um perfil diversificado, com um pouco mais de risco e retorno”, afirmou, ressaltando que a fatia dos fundos investidos em Bolsa hoje no país se aproxima de 7,5%, ainda abaixo da média histórica de alocação na renda variável, de 8,5%, e do pico, de 14%.

O atual patamar de juros baixos deve atuar como uma das alavancas para o aumento da demanda de risco nas carteiras e Luketic ainda chamou atenção para a atuação do investidor internacional no mercado brasileiro.

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“Não começamos a ver o movimento do estrangeiro. Para ele, estamos começando a entrar num ciclo positivo, mas essa deve ser mais uma história para 2020 e 2021, do que para 2019 e 2020”, observou, ressaltando que o dinheiro do estrangeiro não deve vir apenas para a Bolsa, mas também para ativos reais.

Oportunidades locais

Bruno Marques, um dos gestores da estratégia macro da XP Asset, também enfatizou o otimismo com o crescimento brasileiro, especialmente com a Selic se encaminhando para o nível dos 4% ao ano, ou em um patamar até mais baixo. Nesse ambiente, diz Marques, a gestora segue com posições relevantes apostando na queda dos juros e na alta da Bolsa, ainda que com preocupações com o cenário externo, com exposição “vendida” (aposta na queda) no mercado acionário americano.

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A Occam tem uma posição bem parecida, segundo o gestor Pedro Dreux, que chamou atenção ainda para a posição “comprada” (aposta na alta) em título americano de cinco anos e aplicada na economia mexicana (exposição também presente na carteira da XP Asset). “Dado o desafio do mercado de câmbio, temos alocado grande parte do risco macro em juros.”

No Brasil, além das posições em vértices mais curtos da curva de juros, que se beneficiam da queda da Selic, a Occam mostrou otimismo na Bolsa especialmente com empresas de consumo, mas também de infraestrutura, utilities e do setor elétrico.

Desconcentração potencial

Também presente no evento, Guilherme Benchimol, CEO da XP Inc., reforçou o foco em ser uma empresa de investimentos, mas também falou sobre os planos de expansão do grupo, o que inclui o projeto do Banco XP, que recebeu autorização de funcionamento do Banco Central neste mês.

“A desbancarização de investimento já aconteceu lá fora, então o que fazemos só vai se intensificar e as pessoas vão ver que tem mais valor ficar fora dos bancos”, afirmou Benchimol, reforçando que, no Brasil, mais de 90% do dinheiro investido no sistema está nos grandes bancos, o oposto dos Estados Unidos. “50 milhões de pessoas investem no Brasil, a gente só tem 2 milhões de clientes. Tem muita coisa pela frente.”

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.