B3 deve levar a melhor sobre empresas de seguros e de pagamentos, diz UBS

Ações da Bolsa brasileira estão entre as preferidas do UBS no setor financeiro; entre os bancos, aposta está nos papéis do Bradesco

Pedro Ladislau Leite

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SÃO PAULO – O desempenho das ações da Stone e da PagSeguro chama atenção no setor de pagamentos em 2019. As duas empresas, com ações listadas no mercado americano, sobem, em dólar, 111% e 61% no ano até 12 de dezembro. A trajetória contrasta com a fraqueza da Cielo, cujos papéis estão no zero a zero, com leve baixa de 1% (em real) no período.

Empresas de meio de pagamentos estão na liderança do setor financeiro na América Latina neste ano, segundo avaliação do banco suíço UBS, à frente das exchanges (Bolsas de Valores com capital aberto) e das seguradoras. Ações de bancos não entram nessa classificação.

Ainda que expectativa seja de que Stone e PagSeguro sigam numa toada positiva em 2020, o grande destaque no setor deve partir dos papéis da B3, dado que uma Selic “estruturalmente baixa” deve continuar a beneficiar o mercado de capitais. As ações B3SA3 já subiram 77% no ano até o dia 12.

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Além disso, a B3 enfrenta baixa competição em seu mercado no curto prazo, destaca o UBS, enquanto o setor de pagamentos deve continuar a enfrentar uma competição “intensa”.

Entre os fatores positivos para a empresa estão a migração de ativos da renda fixa para renda variável, o lançamento de ofertas públicas e a maior participação de investidores individuais. O banco, contudo, espera que surja competição para a B3 no mercado de capitais em 2021.

“A direção reforçou o foco nos clientes, com o objetivo de melhorar a experiência e maximizar e fortalecer o núcleo dos negócios no longo prazo. Os principais objetivos da B3 são identificar e entender as necessidades dos clientes (trabalhando próxima a eles) e endereçá-las de maneira eficiente e eficaz”, diz o UBS, em relatório dedicado apenas à companhia.

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Embora coloque o foco em B3, no setor de adquirência a recomendação do UBS é de compra para Stone e PagSeguro, e neutra para Cielo. Na visão do banco, a Stone deve continuar a crescer rapidamente no mercado de pequenas e médias empresas, alavancada pelo seu modelo de negócios, e a PagSeguro está bem posicionada para manter sua posição de liderança.

Seguradoras também em alta

Entre as seguradoras, os analistas do UBS recomendam compra para IRB e BB Seguridade. A preferência pela primeira se justifica pela perspectiva de alto crescimento, com lucros crescentes. O preço da BB Seguridade, por sua vez, atrai pela expectativa de pagamentos de dividendos, mas o banco pondera que uma Selic baixa pesa sobe o faturamento das seguradoras.

O UBS também recomenda que os investidores de empresas financeiras como um todo fiquem de olho nos rumos da reforma tributária. Segundo o banco, essas companhias distribuíram cerca de R$ 2,9 bilhões na forma de juro sobre capital próprio em 2018, o que teria reduzido o pagamento de tributos por elas em seis pontos percentuais naquele ano. O banco estima que a extinção do JCP teria diminuído o lucro das empresas em 7%, em média, em 2018.

Segundo o banco, as companhias mais expostas a esse risco são B3 e Porto Seguro.

Otimismo com bancos

Após divulgar relatório em novembro com visão otimista para os bancos brasileiros, o UBS reafirmou sua posição em outro relatório divulgado nesta segunda-feira. Entre as instituições, a preferência recai sobre o Bradesco. “Reiteramos nossa visão de que o Bradesco é a opção mais barata para aproveitar a recuperação econômica do país, já que o banco está mais exposto ao Brasil”, escreveram os analistas, que acreditam que o atual prêmio de cerca de 20% de Itaú sobre Bradesco deve encolher em 2020.

O UBS ainda avaliou a hesitação dos investidores em relação às ações dos bancos. “Nossa percepção é que os investidores estão esperando por um crescimento mais robusto dos lucros para ter uma visão mais positiva para os bancos brasileiros. (…). Mas após os indicadores do PIB divulgados em dezembro mais fortes do que o antecipado, esperamos uma lenta mudança no consenso em direção a um maior otimismo com o crescimento das taxas de lucro dos bancos.”

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Pedro Ladislau Leite

Repórter de investimentos do InfoMoney, cobre os mercados de renda fixa (Tesouro Direto e títulos privados) e de renda variável, acompanhando as movimentações dos principais gestores de fundos no país.