Após balanço e mudanças na gestão, Ibiuna troca Itaú (ITUB4) por Bradesco (BBDC4)

Nos cálculos da gestora, papéis da instituição negociam a um múltiplo de 0,90 vezes o valor de mercado em relação ao valor do patrimônio líquido da empresa

Bruna Furlani

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A temporada de resultados levou a algumas mudanças dentro da Ibiuna Investimentos. Em carta mensal, a gestora diz que manteve boa parte da carteira, mas que trocou uma posição que detinha em Itaú Unibanco (ITUB4) por uma em Bradesco (BBDC4) em fevereiro.

Por outro lado, alocações em Localiza (RENT3), Vivara (VIVA3), Petrobras (PETR3) e (PETR4), Cielo (CIEL3), BB Seguridade (BBSE3), Vale (VALE3), shopping centers (ALOS3) e (MULT3), além de Eletrobras (ELET3) e Sabesp (SBSP3) permaneceram praticamente inalteradas no portfólio do mês passado.

A alteração, que consta no documento do Ibiuna Long e Short STLS FIC FIM, vem após um balanço bem abaixo das projeções de analistas no quarto trimestre de 2023, seguido por conversas com a nova gestão e apresentação de um plano estratégico focado em um horizonte de cinco anos, por parte do banco.

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Nos cálculos da casa, as ações do Bradesco negociam a 0,90 vezes o valor de mercado em relação ao valor do patrimônio líquido da empresa, o que a gestora acredita ser um “ponto interessante de investimento”.

“Os próximos trimestres serão desafiadores para o banco, mas o pior parece ter ficado para trás e os novos administradores são capacitados e tem autonomia para fazer o que for necessário para a companhia voltar a apresentar sua rentabilidade normalizada”, destacaram os especialistas da Ibiuna.

Resultado do Bradesco

O Bradesco (BBDC4) registrou aumento de 80,4% no lucro líquido recorrente no quarto trimestre de 2023 (4T23) em relação a igual período do ano passado, saindo de R$ 1,595 bilhão para R$ 2,878 bilhões.

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O 4T22 foi marcado por uma provisão à toda a exposição que tinha à Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro do ano passado. Apesar da alta do lucro, o resultado ficou bem abaixo da média da LSEG, que projetava lucro de R$ 4,57 bilhões e ficou 37,7% abaixo do registrado no terceiro trimestre do ano passado.

Já o lucro líquido contábil foi de R$ 1,703 bilhão no período, um crescimento de 18,5% frente aos R$ 1,437 bilhão de um ano antes.

No ano, o lucro líquido recorrente foi de R$ 16,3 bilhões, número 21,2% menor que o do ano de 2022, afetado pelas despesas com PDD (provisão para devedores duvidosos) e contração da margem financeira com clientes. Para conter riscos, o banco freou as concessões de crédito em linhas mais arriscadas, o que reduziu o crescimento das receitas.

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Novo plano estratégico

Um dos fatores que deixaram alguns analistas mais otimistas com o papel recentemente envolve um plano estratégico, que foi anunciado em fevereiro deste ano.

Depois que Marcelo Noronha substituiu Octavio de Lazari Junior no cargo de CEO, alguns diretores deixaram o banco. Após as alterações, Noronha disse que via um custo de operações menor com as mudanças nas diretorias.

“A gente acabou com alguns cargos de diretoria e encurtou camadas hierárquicas. A gente quer criar sucessão, potencializar talentos, mas acabou a vinculação de cargo e função. Um diretor executivo pode responder a mim ou tocar uma unidade específica. A gente está reduzindo o nosso grupo de diretores mesmo fazendo reconhecimentos e promoções. A comunicação vai ser mais fluida”, afirmou Noronha em apresentação a jornalistas na época. O banco informou também que, com a reestruturação, vai trazer executivos de mercado para cargos “C-level”.

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Com o novo plano, o Bradesco pretende aumentar o market share (participação de mercado) do crédito expandido a cerca de 15% a 19% e deseja acelerar a transformação no segmento alta renda e estabelecer novas iniciativas em pequenas e médias empresas, crédito e varejo digital.