Aguardado ETF de Bitcoin nos EUA sai ou não sai? Corretora Bernstein faz sua aposta

Regulador norte-americano nunca aprovou um ETF que investe diretamente na criptomoeda por receio de possível manipulação de mercado

Lucas Gabriel Marins

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A chegada de um ETF (fundo negociado em bolsa)  inédito nos Estados Unidos, que investe diretamente em Bitcoin (BTC), agitou o mercado de criptomoedas nos últimos dias, mas a notícia de que a SEC não viu a proposta com bons olhos deixou investidores em compasso de espera: afinal, o produto será ou não aprovado?

Para a corretora Bernstein, há pouca margem para discussão: segundo analistas da empresa, a probabilidade de aprovação do ETF de Bitcoin “à vista” (spot) é “bastante alta”, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (3).

A confiança da Bernstein está ligada ao desenrolar do caso da gestora de ativos digitais Grayscale, que briga na Justiça para transformar seu fundo Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) em um ETF de Bitcoin — um que invista de fato no ativo, e não em contratos futuros como já há atualmente no país.

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“O tribunal não pareceu convencido de que o preço futuro não é derivado do preço à vista e, portanto, permitir um ETF baseado em futuros e não permitir um [que acompanhe] o preço à vista parece algo difícil de engolir”, falou a corretora, em relatório assinado pelo analista Gautam Chhugani.

Segundo a SEC, um ETF à vista de Bitcoin nunca foi aprovado porque as exchanges não estão regulamentadas, por conta da preocupação com possível margem para manipulação de mercado.

No entanto, o regulador já autorizou ETFs de futuros de BTC, que acompanham contratos negociados na bolsa de commodities e derivativos Chicago Mercantile Exchange (CME).

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Ainda segundo a Bernstein, a SEC pode dar preferência em dar um aval para um ETF de BTC liderado por participantes mais tradicionais de Wall Street em vez de lidar com um produto semelhante da Grayscale.

Players como BlackRock e Fidelity saem na dianteira após entrarem com pedido de aprovação de um ETF do tipo junto à Securities and Exchange Comission (SEC), que regula valores mobiliários nos EUA.

Na sexta-feira (30), o jornal The Wall Street Journal disse que a SEC informou à Nasdaq e à Cboe Global Markets, que apresentaram os pedidos de ETF em nome das gestoras norte-americanas, que as solicitações não são suficientemente claras e abrangentes. Após a negativa, a Fidelity reformulou seu pedido.

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Para especialistas, a aprovação de um ETF de Bitcoin nos EUA abriria portas para investidores institucionais, potencialmente criando uma nova alavanca de preço para o ativo digital.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney