Barilla, de massas, enfrenta ação por propaganda enganosa nos EUA

Embora tenha origem italiana, produtos da Barilla também são fabricados nos países onde são vendido

Wesley Santana

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Nos Estados Unidos, um juiz federal decidiu que a marca italiana de massas Barilla deve enfrentar uma ação coletiva por propaganda enganosa. Segundo o magistrado, o slogan “marca nº1 da Itália de massas” pode induzir os clientes a erro, já que nem todos os produtos são fabricados no país europeu.

De fato, a empresa tem origem italiana -especificamente em Parma-, mas ela expandiu suas operações e hoje está sediada no estado norte-americano de Illinois. Além disso, alguns produtos são feitos em Iowa e Nova York.

Alguns dos clientes que ajuizaram a ação afirmam que foram enganados pela embalagem da empresa que traz as cores da bandeira da Itália, além da afirmação de ser a principal marca do país.

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Os consumidores dizem, então, que a empresa se aproveitou do fato de que eles estão dispostos a pagar mais por um produto de origem estrangeira, especialmente da nação que é conhecida pela forte tradição com massas.

Em nota enviada ao Infomoney, a divisão brasileira da Barilla que existe desde 1997, afirmou que vai aguardar o julgamento para comentar o caso. A empresa declarou, porém, que está comprometida com a transparência na comunicação ao consumidor e que segue todas as legislações vigentes nos países em que atua.

“No caso questionado, o texto na embalagem dos produtos afirma claramente: ‘Feito nos EUA com ingredientes dos EUA e ingredientes importados.’ Reforçamos que temos muito orgulho de nossa herança italiana, do know-how italiano da empresa, e da qualidade de nossas massas nos Estados Unidos e globalmente”, disse.

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A marca esclarece ainda que todos os produtos vendidos no Brasil nas caixas de cor azul são importados de países como Itália, Grécia, Turquia e Estados Unidos, enquanto os de embalagens plásticas são fabricados em solo nacional.

Barilla não é a única

Não é a primeira vez que empresas são alvos de processos por acusações de propaganda enganosa. Recentemente, a filial brasileira do McDonald’s tirou de circulação a linha de sanduíches apelidada de “McPicanha”, depois que o Procon-SP vetou a comercialização dos hambúrgueres que não eram feitos com o tipo de carne informada nos anúncios.

No mês passado, o Procon-SP notificou a Nestlé Brasil  cobrando explicações sobre a diferença entre seus produtos, após a empresa passar a comercializar uma versão mais barata do seu famoso lei condensado, o Leite Moça, e do creme de leite da mesma marca.

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Já na Austrália, em junho, a Samsung assinou um acordo para pagar US$ 14 milhões em multas por publicidade enganosa dos smartphones da linha Galaxy. A empresa coreana havia informado que os aparelhos eram resistentes à água, mas alguns deles pararam de funcionar depois que os consumidores os usaram em piscinas ou na praia.