Apple pode anunciar novo iPhone 12 junto com outros lançamentos na próxima semana: o que esperar?

Evento acontece dia 15 de setembro e é o segundo feito totalmente online por causa da pandemia de Coronavírus

Pablo Santana

(Reprodução/Apple)

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SÃO PAULO – A Apple anunciou nesta terça-feira (8) que irá realizar um evento virtual no dia 15 de setembro, onde é esperado o lançamento de novos produtos, como versões atualizadas do Apple Watch, iPad e, talvez, o novo iPhone 12 — o primeiro smartphone 5G da companhia fundada por Steve Jobs.

O evento é uma continuação da tradição da Apple de revelar sua nova geração de produtos em setembro. A companhia não divulgou muitos detalhes sobre o evento, a não ser que ele terá início às 14h (horário de Brasília) e acontecerá no Steve Jobs Theatre, um prédio dentro do campus do Apple Park.

Esse é o segundo grande evento que a Apple realiza virtualmente nos últimos meses por causa da pandemia do Coronavírus. No final de junho, a empresa realizou sua Conferência Mundial de Desenvolvedores Anual de forma remota pela primeira vez em seus 31 anos.

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Após o anúncio, as ações da Apple — que derretem desde a semana passada junto com os papéis das outras empresas de tecnologia — chegaram a subir no pregão, mas não conseguiram sustentar, e fecharam o dia com uma queda de 6,73%, cotadas a US$ 112,82 cada uma.

Segundo informações da Bloomberg, a Apple deve lançar no evento o Apple Watch Série 6 e um outro relógio inteligente para substituir o modelo da Série 3. A agência também informou que a Apple planeja lançar um novo iPad Air com bordas quadradas e planas mais finas de 10,8 polegadas, e um estilo de tela semelhante à tecnologia de retina líquida encontradas no iPad Pro.

O modelo mais barato do Apple Watch seria de plástico, o que representa que a companhia está direcionando esforços para atingir consumidores de primeira viagem ou o público infantil, que desejam usar um relógio com um valor mais em conta.

Relatórios indicam ainda que o novo dispositivo inteligente pode vir com tecnologia de monitoramento da oxigenação do sangue, e novos aprimoramentos que podem ajudar a fortalecer os recursos de rastreamento do sono no watchOS 7. Uma nova bateria pode ser incluída no modelo, o que impulsionaria seu desempenho para funções na área de saúde.

Já a nova geração do iPad Air pode perder o botão “Home” na tela frontal e vir com um sistema de câmera TrueDepth, conjunto de sensores que são usados em outros dispositivos da Apple para criar modelos tridimensionais do rosto do usuário a partir da câmera de selfie dos dispositivos.

Com esse recurso, o novo iPad contará com o Face ID da Apple, sucessor de sua tecnologia Touch ID, movendo a autenticação biométrica baseada em hardware do dedo para o rosto.

Outro lançamento esperado é o AirTag, um dispositivo de rastreamento Bluetooth. O produto contará com ferramentas especiais de rastreamento e inteligência de sistema em um chip para ajudar os usuários a manter o controle de seus pertences.

iPhone 12 é incerteza

A nova geração do iPhone 12 é esperada em breve, mas pode não ser lançada durante o evento da próxima semana. Quando anunciado, o iPhone 12 provavelmente consistirá em quatro versões, dois modelos para suceder o iPhone 11 e dois que substituirão o iPhone 11 Pro e o iPhone 11 Pro Max.

Os últimos rumores publicados pela Bloombgeg indicam que o iPhone 12 e o iPhone 12 Max terão telas OLED de 5,4 e 6,1 polegadas, respectivamente. Já o modelo 12 Pro e o iPhone 12 Pro Max devem ser maiores, com telas de 6,1 e 6,7 polegadas.

Sobre as câmeras, os modelos mais comuns do iPhone 12 terão duas câmeras de 12 megapixels uma angular e outra ultra grande angular.

Já as versões Pro terão uma câmera teleobjetiva extra de 12 megapixels e aproveitarão o sensor LiDAR do iPad Pro, que utiliza a tecnologia de ToF (Time of flight,  “Tempo de vôo”, na tradução livre) para calcular a distância dos objetos, criando um mapeamento de profundidade de toda a cena e conseguindo informações detalhadas e precisas sobre o cenário.

Em termos de vídeo, as câmeras traseiras podem ser capazes de gravar vídeo em câmera lenta com resolução de 4K pela primeira vez, em taxas de quadro de 120 fps e 240 fps. Um “Modo Noturno Avançado” e “Redução Avançada de Ruído” também foram sugeridos pelos desenvolvedores e podem estar na nova geração de smartphone.

Em termos de aparência, os modelos poderão ter uma borda achatada de aço inoxidável nos modelos Pro e de alumínio nas outras versões.

Outra mudança polêmica é que os novos aparelhos devem ser vendidos sem fone de ouvido ou carregador. Os aparelhos devem ser equipados com um chip A14 Bionic de cinco nanômetros, que reduz em até 30% o consumo de bateria e aumenta em até 50% o desempenho do aparelho.

A atual especulação de preços coloca o iPhone 12 a partir de US$ 649; e o iPhone 12 Max em US$ 749. O modelo 12 Pro pode começar a ser comercializado a partir de US$ 999, enquanto a versão Max pode ser vendida por US$ 1.099 até US$ 1.399.

Outro ponto do novo iPhone será a conectividade 5G, aproveitando o acordo da Apple com a Qualcomm para modems e componentes da nova tecnologia móvel. Mas a dúvida é se todos terão conectividade 5G, ou apenas os modelos da versão Pro.

Apesar dos rumores, a Apple, que recentemente atingiu a marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado, já tinha informado no seu último balanço trimestral de resultados esperar que o fornecimento de seu próximo iPhone chegue algumas semanas mais tarde do que o normal em comparação com o lançamento do ano passado.

A Apple pediu aos fornecedores que fabricassem pelo menos 75 milhões de unidades do novo iPhone para o final deste ano. O pedido é semelhante ao produzido no ano passado, em um sinal de que a demanda pelo produto mais importante da empresa está se mantendo no meio da pandemia.

A receita com iPhones superou as expectativas de Wall Street no último trimestre. O aparelho ainda gera quase metade das vendas da companhia, e essa fatia costuma alcançar 60% na temporada de Natal, de acordo com informações da Bloomberg.

O iPhone ainda é líder de faturamento, mas a soma dos serviços (US$ 13,1 bi) e do Apple Watch (US$ 6,4 bi) aos poucos vai se aproximando do carro-chefe da companhia, que encerrou o segundo trimestre do ano com a receita de vendas em US$ 26,4 bilhões. A cifra é superior ao registrado no mesmo período de 2019 – quando esse valor foi de US$ 25,9 bilhões.

Somente no segundo trimestre deste ano, as vendas de iPhone na China cresceram 225% em comparação com o primeiro trimestre do ano (entre janeiro e março), segundo dados da consultoria de mercado em tecnologia Counterpoint Research.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios