Argentina classifica PCC e Comando Vermelho como organizações narcoterroristas

Governo de Javier Milei inclui facções brasileiras em registro de terrorismo e reforça vigilância nas fronteiras

Marina Verenicz

A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, realiza uma coletiva de imprensa para anunciar a prisão de um suspeito de militante islâmico na Argentina, em Buenos Aires, Argentina, 14 de janeiro de 2025. REUTERS/Agustin Marcarian
A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, realiza uma coletiva de imprensa para anunciar a prisão de um suspeito de militante islâmico na Argentina, em Buenos Aires, Argentina, 14 de janeiro de 2025. REUTERS/Agustin Marcarian

Publicidade

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou nesta terça-feira (29) que o país incluiu o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet), lista oficial que reúne grupos e indivíduos considerados ameaças à segurança nacional.

“A Argentina declarou essas duas organizações como narcoterroristas”, afirmou Bullrich em entrevista ao canal La Nación+, ao comentar a megaoperação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que deixou mais de 120 mortos.

Segundo a ministra, 39 brasileiros estão presos em território argentino, sendo cinco ligados ao Comando Vermelho e sete ou oito ao PCC.

Continua depois da publicidade

Ela disse que os detentos estão “muito isolados uns dos outros para que não tenham nenhum tipo de poder”, e que há controle rigoroso nas penitenciárias, com identificação por tatuagens e ritos de iniciação típicos das facções.

Fontes do Ministério da Segurança argentino disseram à CNN que o expediente de inclusão das facções no Repet foi publicado há cerca de um mês, mas ainda não aparece no portal oficial devido a mudanças administrativas no Ministério das Relações Exteriores, que atrasaram a atualização do registro online.

Apesar da escalada de violência no Rio, as autoridades argentinas afirmam que não há preocupação imediata com a entrada de criminosos no país. Segundo as mesmas fontes, o PCC e o CV “não têm força nem estrutura organizada” na Argentina.