Greve do BC: servidores ameaçam ‘radicalização sem precedentes’ se governo der reajuste a policiais

Uma das categorias mais mobilizadas de Brasília entra em greve nesta sexta e reivindica reajuste de 26% e a reestruturação de carreiras

Lucas Sampaio

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No dia em que os servidores do Banco Central iniciam uma greve por tempo indeterminado por reajuste salarial, o presidente do sindicato da categoria, Fábio Faiad, afirmou que haverá “uma radicalização sem precedentes do movimento” se o governo conceder reajuste aos policiais “e o BC fique de fora”.

“A greve dos servidores do BC será feita respeitando a lei de serviços essenciais, a menos que o governo publique nos próximos dias a Medida Provisória do reajuste salarial dos policiais federais e o BC fique de fora: nesse caso, será proposta uma radicalização sem precedentes do movimento”, afirmou Faiad em comunicado.

Os servidores do BC reivindicam reajuste salarial de 26%, para repor a inflação desde 2019, e a reestruturação da carreira de analistas e técnicos (o que, segundo o sindicato, não tem impacto financeiro).

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Antes mesmo do início da greve, os funcionários da autoridade monetária brasileira já têm afetado diversos serviços, como a remuneração a bancos em operações do Pix, e atrasado importantes divulgações, como o Relatório Focus e os dados de fluxo cambial, com paralisações diárias de quatro horas.

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O Sinal (sindicato dos servidores do BC) diz que a expectativa de adesão é de 60% a 70% dos funcionários e que “a greve poderá afetar o PIX e outros serviços do órgão, como a divulgação do boletim Focus e de diversas taxas financeiras”.

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O sindicato criticou também o fato de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter tirado alguns dias de folga na véspera da greve. “Infelizmente, nessa hora tão importante, o presidente do BC viajou de férias para Miami, o que não ajuda nada no sentido de encontrarmos uma solução para a crise”.

Apesar da greve, o Banco Central diz ter planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.