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Um terço dos brasileiros (33%) afirmam que sua renda não é suficiente para pagar todas as despesas do mês de agosto, segundo um levantamento da Serasa, produzido em parceria com o Instituto Opinion Box. Ainda de acordo com a pesquisa, somente 35% dos entrevistados confiam que conseguirão chegar ao final do mês com “alguma reserva de dinheiro”, sendo que 36% têm certeza de que o dia 31 de agosto os encontrará vulneráveis financeiramente.
Outra pesquisa recente, realizada pelo Datafolha a pedido da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), mostra que 17% dos entrevistados acreditam que a sua família não teria como se sustentar e passaria dificuldade caso não fosse mais possível contribuir financeiramente com as contas da casa.
Neste cenário, as seguradoras relatam aumento da demanda por algumas coberturas de seguros que protegem o bolso da perda de renda e garantem o pagamento de dívidas.
Quais coberturas protegem a renda?
A Bradesco Vida e Previdência identificou que, apesar de o valor total ser menor, a quantidade de sinistros (ocorrência do risco previsto no contrato de seguro) pagos para coberturas do seguro de vida com uso em vida foi superior aos sinistros de cobertura para morte (56,4% x 43,6%).
Desses 56,4%, cerca de 87% dos acionamentos foram justamente para pagamento de cobertura por perda de renda – que funciona basicamente como um “seguro-desemprego privado”, conta Bernardo Castello, diretor da Bradesco Vida e Previdência.
Na companhia, o seguro contempla a Cobertura para Perda de Renda por Desemprego Involuntário (para quem é CLT) e Diária de Incapacidade Temporária (ou DIT – para quem é autônomo), que mantém a renda da família em casos de afastamento do trabalho devido a doença ou acidente pessoal.
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De acordo com Castello, alguns fatores contribuem para o crescimento da demanda por essa cobertura, como a facilidade para acionar o seguro por canais digitais. Outro atrativo é a contratação cada vez mais personalizada conforme a necessidade do consumidor, que pode escolher quais coberturas “extras” adicionar ao seu seguro de vida tradicional (que cobre somente morte ou invalidez).
O custo também pode ser atrativo ao bolso. Por exemplo, uma simulação feita pela Bradesco para a contratação das coberturas contra morte e perda de renda por desemprego involuntário pode custar cerca de R$ 90 mensais para uma consumidora de 40 anos do sexo feminino.
Para Thiago Levy, head da linha Invida da MAG Seguros, que comercializa a cobertura DIT há 15 anos, contribuem ainda para o aumento da demanda a alta na conscientização sobre proteção financeira, incertezas econômicas e desemprego, além da pandemia do Covid-19, que mudou o comportamento dos brasileiros em alguns aspectos.
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“Atrelado a isso, temos também o aumento da população sem vínculo empregatício (carteira assinada), desta forma, as pessoas estão sentindo cada vez mais a necessidade de buscar proteções complementares”, ressalta Levy.
De acordo com a corretora de seguros Fabiana Minarro, “é importante verificar as regras da apólice e esclarecer suas dúvidas antes da contratação do seguro”, já que os detalhes de funcionamento do seguro podem variar conforme a seguradora. Ou seja, sempre verificar quais situações estão cobertas e quais não estão, além da existência de franquias ou carências.
Por exemplo, há seguradoras cobrem incapacidade derivada de doenças relacionadas à execução das atividades de trabalho, como:
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● lesão por esforço repetitivo (LER);
● distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT);
● lesão por trauma continuado ou contínuo (LTC).
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Por outro lado, geralmente não há cobertura de incapacidade provocada por condições preexistentes (a menos que especificadas na apólice) e enfermidades e acidentes relacionados a comportamentos de risco, como o uso de substâncias ilícitas ou participação em atividades perigosas não profissionais.
E a proteção contra as dívidas?
O seguro prestamista é outra modalidade que protege a família em uma eventual perda de renda e vem crescendo. A Brasilseg, uma empresa BB Seguros e líder no segmento prestamista, registrou alta de 20,8% nos prêmios emitidos (valor pago pelo consumidor para contratar o seguro) na primeira metade deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Além de garantir mais tranquilidade para quem contrata, o prestamista é uma importante ferramenta de gestão patrimonial, garantindo a preservação do padrão familiar mesmo diante de imprevistos”, afirma Hugo Ofugi, superintendente executivo de produtos vida da companhia.
A diferença em relação ao seguro DIT é que o prestamista costuma estar atrelado a um compromisso financeiro assumido pelo segurado. Ou seja, garante a quitação, amortização ou o pagamento de um determinado número de parcelas da dívida contraída, caso ocorra um dos riscos cobertos pelo seguro (como morte, invalidez ou desemprego), evitando a perda de um bem adquirido ou a transferência da dívida aos familiares.
O custo da cobertura para perda de renda pode variar bastante, comenta Jaime Neto, AVP de Produtos e Data da MetLife Brasil, seguradora que comercializa esse tipo de seguro. “Como está associada ao pagamento do financiamento, é importante para determiná-lo, fatores como valor da parcela, idade, profissão, histórico de saúde e as condições específicas do plano escolhido”, ressalta o executivo. Mas, apenas para se ter uma ideia, o seguro prestamista costuma custar ao bolso do consumidor o equivalente a 1% ou 2% da dívida assumida, aponta Castello, da Bradesco.