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Seguro personalizável: como evitar erros na escolha da proteção que é sua cara?

Cliente pode ser ‘corretor de seu próprio risco’ ao reduzir ou ampliar, em poucos cliques, a cobertura securitária desejada

Jamille Niero

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Ter uma proteção exatamente de acordo com o que o consumidor precisa nos diferentes momentos da sua vida e rotina é o que propõe uma tendência que vem se consolidando no mercado segurador: o seguro personalizável.

Imagine que, ao comprar um automóvel, já na concessionária é possível contratar somente as coberturas de seguro, por meio de um site ou aplicativo, que são essenciais para o momento. Como circulará somente pela mesma cidade, opta por limite pequeno de uso do guincho — até 20 quilômetros, por exemplo. Contudo, se dali um mês você decide viajar para outra cidade, pode ampliar esse limite para 400 quilômetros, garantindo que não fique sem “carona” no meio da estrada.

“O mais importante da personalização é a tomada de decisão por quem detém o risco. E o mais interessante é que não se restringe somente à compra, mas também você pode personalizar durante [o uso de um produto ou serviço]. Uma mudança de trajeto representa uma mudança de risco e é nesse momento que você pode entrar no app e revisar. Se eu vou fazer uma viagem, vou precisar de um guincho um pouco mais distante”, explica Uribe Teófilo, head de Produtos e Design da seguradora Youse.

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“A partir do momento que a pessoa personaliza, está tomando a decisão de quanto vale o risco dela e tem controle sobre aquilo que ela quer abrir mão”, acrescenta Teófilo, uma vez que, assim como outras coberturas, o limite de quilometragem contratado para o guincho impacta no valor total pago pelo seguro (o chamado prêmio).

Outro exemplo prático é o limite de dias para uso de carro reserva, que pode variar conforme a vontade — e o bolso — do consumidor. No episódio desta quinta-feira (21) do “Tá Seguro?”, videocast do InfoMoney que ajuda a traduzir o mundo dos seguros ao consumidor, a secretária acadêmica Glenda Campos conta sua experiência ao utilizar o seguro personalizável que adquiriu para o seu automóvel, em março deste ano, antes mesmo de sair da concessionária.

“Eu achei muito prático porque fiz tudo com a minha autonomia. Quer dizer, não precisou de um terceiro, eu mesma ‘fui a corretora’ do meu seguro porque eu fiz as minhas escolhas. Inclusive, fiz uma escolha errada (…) Na hora da contratação, escolhi uma cobertura do carro reserva de apenas sete dias e hoje eu estou a pé, porque eu já recebi o carro reserva. Foi tudo maravilhoso, mas eu fiz uma escolha errada”, comenta.

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Glenda conta que a “escolha errada” se deve ao fato de ela ter “calculado mal” o tempo que levaria para comprar um novo carro, repondo o bem levado por bandidos ao ser assaltada recentemente no Rio de Janeiro, cidade onde mora há 20 anos. “Como a gente tem autonomia nas escolhas, na personalização do seguro, eu fui olhando pelo custo x benefício, e não de fato pensei sobre o carro reserva. Foi a única coisa que eu cometi de errado”, continua a secretária. Ela ressalta que nada foi feito à sua integridade física e à do seu filho, que estava junto no momento, e foi quem lembrou de olhar o aplicativo da seguradora para ver as coberturas contratadas — inclusive a de roubo e o carro reserva.

Na avaliação de Daniela Bouissou, ex-diretora de Transformação da seguradora Liberty, “a personalização é uma tendência inexorável” para várias indústrias, até por conta da evolução tecnológica, e não teria como o setor segurador ficar de fora. Contudo, ela pondera a importância da assistência humana, que não deve ser deixada de lado. “Ressaltando aqui de novo o lado humano, porque talvez um corretor, nessa hora, não tirando a liberdade de escolha dela, mas por já ter assistido a vários casos e passado por essa experiência, ele poderia ter falado para ela reconsiderar e aumentar essa cobertura [do carro reserva] e talvez tirar aquela outra que tem menos frequência de uso. Porque também é uma ciência muito probabilística, e o corretor acaba tendo muito essa experiência”, diz Daniela.

Como escolher a cobertura mais eficiente?

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Independentemente do canal, os dois especialistas apontam que os dados são essenciais para as seguradoras evoluírem a análise do risco, que é algo inesperado, para fornecer melhores condições para o consumidor tomar a melhor decisão na contratação da cobertura que mais faz sentido ao seu caso. E isso vale não só para o seguro automóvel, mas também para o vida e o residencial.

De acordo com Daniela, uma grande evolução resultante do melhor aproveitamento dos dados pelas seguradoras foi justamente entender a jornada do cliente e por quais processos as pessoas passam ao contratar o seguro, o que ajudou na flexibilização das coberturas. Por exemplo: hoje em dia o consumidor pode escolher o valor de cobertura do seguro de vida em caso de óbito ou a quantidade de dias de tratamento cobertos conforme a doença diagnosticada. “Isso costumava ser fixo”, pontua. No caso do residencial, o cliente decide se vale a pena ou não contratar a proteção para os vidros, dependendo se mora em apartamento ou em casa.

Na opinião de Teófilo, o Open Insurance será outro grande ponto de virada para permitir ainda mais personalização na oferta do seguro ao consumidor. “É a possibilidade real da gente transformar a oferta de seguro dado a opinião das pessoas. Começa com a tomada de decisão de eu [cliente] querer compartilhar meu dado com você [seguradora]”, observa o especialista.

Jamille Niero

Jornalista especializada no mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e saúde suplementar, com passagem por mídia segmentada e comunicação corporativa.